Administração geralLiderança e motivação (2)
- (UFU-MG 2019)
Para compreender as características do estilo brasileiro de administração, Sobral e Peci (2013) empreendem uma relevante aproximação entre a cultura brasileira e a gestão empresarial. Fazem-no com base na pesquisa sobre estilo brasileiro de administrar, conduzida por Betânia Barros e Marco Aurélio Prates na década de 1990. O resultado é um sistema de ação cultural brasileiro que considera não somente os traços culturais típicos isoladamente, mas, principalmente, a interação entre os traços culturais de nossa nação, formando uma rede de causas e de efeitos que se reforçam e se realimentam nas práticas administrativas e gerenciais. O modelo é constituído por subsistemas: o institucional (ou formal) e o pessoal (ou informal), o de líderes e o dos liderados. A articulação entre os subsistemas permite identificar traços culturais como a “concentração de poder”, a “aversão ao conflito”, o “paternalismo”, a “flexibilidade”, o “formalismo”, a “lealdade pessoal”, dentre outros.
A respeito dos traços do sistema de ação cultural brasileiro e seus impactos para a
administração das organizações brasileiras, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Os autores sugerem que, em organizações brasileiras, as decisões tendem a ser predominantemente de responsabilidade do nível superior, enquanto os níveis subalternos tendem a ser responsabilizados pela implementação das decisões. Tal constatação remete diretamente ao traço cultural da “concentração de poder” e implica no uso da autoridade para manter a ordem, o estilo de liderança autocrático para dificultar a implementação de práticas participativas.
B) Os autores argumentam que, em muitas organizações brasileiras, as excessivas normas administrativas não são necessariamente conhecidas pelos trabalhadores, não refletem a prática da organização e inibem o comportamento dos administradores, diminuindo a competitividade das organizações brasileiras. Tal observação refere-se diretamente ao traço cultural do “formalismo”.
C) Os autores argumentam que os líderes se deparam, frequentemente, com dependência por parte dos subordinados. A relação de dependência é percebida pelos líderes e provoca como respostas a reprodução do papel de “pai protetor” e o exercício de relações pessoais e de confiança nas nomeações para posições e cargos, em detrimento do mérito individual. Tal traço cultural, reproduzido por líderes em organizações brasileiras, é explicado pela noção de “flexibilidade”.
D) Os autores sugerem que, em organizações brasileiras, reuniões são conduzidas de modo a se evitarem situações de confronto. A agenda não prevalece diante da necessidade de se manterem as relações pessoais, e as decisões ocorrem mediante acordos prévios. Tal observação refere-se diretamente ao traço cultural da “aversão ao conflito”.
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