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EXERCÍCIOS - Exercício 367

  • (FCC 2017)

Com base em descobertas feitas na Grã-Bretanha, Chile, Hungria, Israel e Holanda, uma equipe de treze pessoas liderada por John Goldthorpe, sociólogo de Oxford altamente respeitado, concluiu que, na hierarquia da cultura, não se pode mais estabelecer prontamente a distinção entre a elite cultural e aqueles que estão abaixo dela a partir dos antigos signos: frequência regular a óperas e concertos; entusiasmo, em qualquer momento dado, por aquilo que é visto como “grande arte”; hábito de torcer o nariz para “tudo que é comum, como uma canção popular ou um programa de TV voltado para o grande público”. Isso não significa que não se possam encontrar pessoas consideradas (até por elas mesmas) integrantes da elite cultural, amantes da verdadeira arte, mais informadas que seus pares nem tão cultos assim quanto ao significado de cultura, quanto àquilo em que ela consiste, ao que é tido como o que é desejável ou indesejável para um homem ou uma mulher de cultura .

Ao contrário das elites culturais de outrora, eles não são conhecedores no estrito senso da palavra, pessoas que encaram com desprezo as preferências do homem comum ou a falta de gosto dos filisteus. Em vez disso, seria mais adequado descrevê-los – usando o termo cunhado por Richard A. Peterson, da Universidade Vanderbilt – como “onívoros”: em seu repertório de consumo cultural, há lugar tanto para a ópera quanto para o heavy metal ou o punk, para a “grande arte” e para os programas populares de televisão. Um pedaço disto, um bocado daquilo, hoje isto, amanhã algo mais .

Em o utras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum deles me identifico cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar outros prazeres. Sinto-me em casa em qualquer lugar, embora não haja um lugar que eu possa chamar de lar (talvez exatamente por isso). Não é tanto o confronto de um gosto (refinado) contra outro (vulgar), mas do onívoro contra o unívoro, da disposição para consumir tudo contra a seletividade excessiva. A elite cultural está viva e alerta; é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi. Porém, está preocupada demais em seguir os sucessos e outros eventos festejados que se relacionam à cultura para ter tempo de formular cânones de fé ou a eles converter outras pessoas .

(Adaptado de: BAUMAN, Zygmunt. A cultura no mundo líquido moderno . Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2013, p. 6-7.)


A afirmação A elite cultural está viva e alerta; é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi(3° parágrafo) orienta o leitor para compreender que,


A) se por um lado a elite cultural se tornou mais eclética, nem por isso deixou de apreciar as produções afinadas com o que antes era considerado “grande arte”.

B) enquanto a elite cultural redefine seus padrões culturais, o homem comum passa a ditar as regras do que deva ser a “grande arte”.

C) a partir do momento em que a elite cultural deixou de determinar o que é ou não arte, o cânone artístico tornou-se vulgar e desprovido de valor estético.

D) mesmo não havendo grupos que se apresentem como pertencendo à elite cultural, ela existe e é formada por pesquisadores de grandes universidades.

E) especialmente devido ao fato de haver menos aderência à ideia de elite cultural, o conceito de "grande arte" deixou de ser empregado na atualidade.


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