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PortuguêsInterpretação de textos


EXERCÍCIOS - Exercício 144

  • (VUNESP 2018)

Há uma razão simples para o manual de escrita de William Zinsser ter se tornado um best-seller e um clássico contemporâneo: o livro é ótimo.

“Como Escrever Bem” difere de guias de redação convencionais que reinavam absolutos na literatura americana desde 1959. Não que ele menospreze gramática e técnica. Voltado para a não ficção, o manual cobre fundamentos do estilo de texto jornalístico aperfeiçoado nos EUA ao longo do século 20 e elevado a arte nos anos 1960.

Não faltam conselhos para fugir da geleia de mediocridade à qual tende toda escrita, como vem provando mais uma vez a safra internética: perseguir clareza e simplicidade, valorizar verbos e substantivos, desconfiar de adjetivos e advérbios, reescrever, cortar tudo que for supérfluo, pulverizar clichês e palavras pomposas etc.

São lições importantes, mas batidas, que Zinsser revitaliza com frases lapidares: “Não há muita coisa a ser dita sobre o ponto final, a não ser que a maioria dos escritores não chega a ele tão cedo quanto deveria”. Ou ainda: “Poucas pessoas se dão conta de como escrevem mal”.

Contudo, o livro é melhor quando vai além da técnica, revelando um autor apaixonado que não se furta de tomar partido e expor idiossincrasias*. O ofício de escrever aparece como algo vivo, condicionado por miudezas objetivas e complicações subjetivas.

A questão do gosto, tão difícil de definir quanto de ignorar, tem sido tratada como falsa pelo pensamento acadêmico. O autor não foge da briga: “O gosto é uma corrente invisível que atravessa a escrita, e você precisa estar ciente dele”.

A tradução, correta e fluida em linhas gerais, tem o mérito maior de preservar o humor de Zinsser. Inevitavelmente, há momentos em que a obra perde na transposição, como ao tratar de modismos e inovações vocabulares do inglês. Nada que passe perto de empanar o brilho de um livro necessário como nunca.

* Idiossincrasia: predisposição de um indivíduo para reagir de maneira pessoal à influência de agentes exteriores.

(Sérgio Rodrigues. Com frases lapidares, autor ensina a fugir da escrita medíocre. Folha de S.Paulo , 12.01.2018.Adaptado)


Conforme o autor do texto, uma das qualidades do livro “Como Escrever Bem”, de William Zinsser, consiste em:


A) desconsiderar a gramática e o tecnicismo, priorizando a abordagem dos fundamentos de estilo do texto jornalístico.

B) trazer orientações sobre como evitar uma escrita de qualidade questionável, como geralmente é o caso da linguagem usual na internet.

C) destacar a importância da escrita marcada pela clareza e pela simplicidade, além do uso de frases de efeito e palavras rebuscadas.

D) ir além da técnica, evitando assuntos já muito discutidos em outros manuais, como a valorização da clareza e a escolha cuidadosa das palavras.

E) fugir da discussão sobre a questão do gosto, considerada de difícil definição, evitando assim cair na mesma pretensão do pensamento acadêmico.


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