PortuguêsInterpretação de textos
- (FCC 2018)
[Viagem sem volta]
Uma das nossas contradições fundamentais é a gente desejar viver na cidade grande e levar no inconsciente a intenção de criar em torno de nós a aldeia natal. Sabemos que a tranquilidade e a solidariedade da vila são imprescindíveis à respiração normal do psiquismo; mesmo assim, no dia de cumprir nosso destino enfiamos as roupas melhorzinhas e partimos para a cidade, onde as aflições são certas, mas podem vir misturadas com um novo prazer, com uma alegria inédita.
Movidos por essa sensualidade das experiências novas e desafiadoras é que trocamos a paz preguiçosa e angelical da nossa província pelo festival demoníaco da metrópole. Pensará o jovem: “a terra de meu pai está cansada para as batatas...” E é assim que tantos partem para os grandes centros, agravando a poluição humana e deixando preocupado o ministro da Agricultura.
(Adaptado de: CAMPOS, Paulo Mendes. O mais estranho dos países . São Paulo, Companhia das Letras, 2013, p. 104)
Ao se considerar que muitos partem para a experiência de uma alegria inédita, enfatiza-se a circunstância de que
A) a vida na metrópole não deixa de ser, de qualquer modo, um prolongamento da paz preguiçosa e angelical da província.
B) o festival demoníaco que identifica o modo de vida na metrópole impede o desfrute de algum novo prazer.
C) o prazer do novo acabará por eliminar de vez a suspeita de que nos grandes centros as aflições são certas .
D) tal descoberta ocorre em meio a experiências outras, como a da poluição humana proporcionada pelos grandes centros.
E) essa busca ilusória acarretará, entre outras consequências, prejuízos para a qualidade de vida nas pequenas cidades.
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