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EXERCÍCIOS - Exercício 274

  • (FCC 2018)

A velhice na sociedade industrial

Durante a velhice deveríamos estar ainda engajados em causas que nos transcendem, que não envelhecem, e que dão significado a nossos gestos cotidianos. Talvez seja esse um remédio contra os danos do tempo. Mas, pondera Simone de Beauvoir, se o trabalhador aposentado se desespera com a falta de sentido da vida presente, é porque em todo o tempo o sentido de sua vida lhe foi roubado. Esgotada a sua força de trabalho, sente-se um pária, e é comum que o escutemos agradecendo sua aposentadoria como uma esmola.

A degradação senil começa prematuramente com a degradação da pessoa que trabalha. Esta sociedade pragmática não desvaloriza somente o operário, mas todo trabalhador: o médico, o professor, o esportista, o ator, o jornalista.

Como reparar a destruição sistemática que os homens sofrem desde o nascimento, na sociedade da competição e do lucro a qualquer preço? Cuidados geriátricos não devolvem a saúde física nem mental. A abolição dos asilos e a construção de casas decentes para a velhice, não segregadas do mundo ativo, seria um passo à frente. Mas haveria que sedimentar uma cultura para os velhos com interesses, trabalhos, responsabilidades que tornem digna sua sobrevivência. Como deveria ser uma sociedade para que, na velhice, o homem permaneça um homem? A resposta é radical para Simone de Beauvoir: “seria preciso que ele sempre tivesse sido tratado como homem”.

Para que nenhuma forma de humanidade seja excluída da Humanidade é que as minorias têm lutado, que os grupos discriminados têm reagido. A mulher, o negro, combatem pelos seus direitos, mas o velho não tem armas. Nós é que temos de lutar por ele.

(Adaptado de: BOSI, Ecléa. Lembranças de velhos . S. Paulo: T. A. Queiroz, 1983, p. 38-39)


De acordo com as posições da autora, seria de fundamental importância que, na velhice, as pessoas


A) alcançassem, de modo irrefutável, o direito ao repouso e à reflexão sobre os anos de trabalho exaustivo e mal recompensado.

B) reouvessem as armas com as quais, ainda na juventude, buscaram resistir às pressões do mundo do trabalho.

C) não perdessem a condição de quem opera em favor das causas que dignificam a atividade de quem luta.

D) cultivassem nostalgicamente o sentido que as atividades profissionais exercidas na juventude conferiram à sua vida produtiva.

E) soubessem resgatar as experiências acumuladas, de modo a testemunhar afetivamente em favor de seu passado.


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