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EXERCÍCIOS - Exercício 374

  • (IBFC 2022)

Leia com atenção o trecho abaixo da obra O
princípio da responsabilidade de Hans Jonas.
“Em suma, entendida assim, a “responsabilidade” não fixa fins, mas é a imposição inteiramente formal de todo o agir causal entre seres humanos, dos quais se pode exigir uma prestação de contas. Assim, ela é pré-condição da moral, mas não é a própria moral. O sentimento que caracteriza a responsabilidade – não importa se pressentimento ou reação posterior – é de fato moral (disposição de assumir seus atos), mas em sua formalidade pura não é capaz de fornecer o princípio efetivo para a teoria ética, que em primeira e última instância tem a ver com a apresentação, reconhecimento e motivação de finalidades positivas para o bonum humanu (PV, p. 174, grifos do autor). (...) [O porquê da responsabilidade, afirma Jonas] (...) encontra-se fora de mim, mas na esfera de influência do meu poder, ou dele necessitando ou por ele ameaçado. Ao meu poder ele contrapõe o seu direito de existir como é ou poderia ser [...]” (PV, p. 174-175).

Considerando os conhecimentos sobre as reflexões éticas no mundo contemporâneo em função de suas origens no mundo moderno, escolha dentre as alternativas abaixo aquela que melhor exprime o conceito de responsabilidade apresentado por Jonas.


A) A responsabilidade é um caráter, uma qualidade distintiva dos homens responsáveis. É fundamental formar cidadãos responsáveis de modo que no futuro tenhamos as condições de sustentabilidade do todo social

B) A proposta de Jonas assume uma inversão das proposições éticas de ascendência na moral do dever. Segundo esta última, a ação é moral na medida em que efetiva o ato pela força da razão do dever. Todavia, a centralidade antropológica dessa moral é também a sua limitação espacial e temporal. Os atos humanos na era tecnológica impõem seus efeitos para muito além do tempo de sua própria atualidade, e em espaços para além do alcance imediatamente próximo. Este outro que ainda pode padecer dos efeitos deste meu ato ou que tem suas possibilidades limitadas por estes mesmo efeitos cobra de mim a responsabilidade. Neste sentido, a responsabilidade inverte a relação de importância: a precedência do ajuizamento moral é do paciente ou objeto da ação que deve ser protegido e é este que cobra o dever ser protegido de quem tem o dever de agir

C) A proposta de Jonas se aproxima da ética chamada consequencialista, na medida em que põe nos efeitos da ação a precedência em importância do ajuizamento moral

D) A responsabilidade não pode se constituir como teoria moral na medida em que exige uma “saída” do campo da forma das ações para a consideração das suas contingências. Neste sentido é que se afirma que a responsabilidade não pode servir de fundamento para uma teoria ética


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