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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (5)


EXERCÍCIOS - Exercício 291

  • (FCC 2015)

Escola de bem-te-vis
Muita gente já não acredita que existam pássaros, a não ser em gravuras ou empalhados nos museus - o que é perfeitamente natural, dado o novo aspecto da terra, que, em lugar de árvores, produz com mais abundância blocos de cimento armado. Mas ainda há pássaros, sim. Existem tantos, ao redor da minha casa, que até agora não tive (nem creio que venha a ter) tempo de saber seus nomes, conhecer suas cores, entender sua linguagem. Porque evidentemente os pássaros falam. Há muitos, muitos anos, no meu primeiro livro de inglês, se lia: “Dizem que o sultão Mamude entendia a linguagem dos pássaros ...”
Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ciprestes, logo penso no sultão e nessa linguagem que ele entendia. Fico atenta, mas não consigo traduzir nada. No entanto, bem sei que os pássaros estão conversando.
O papagaio e a arara, esses aprendem o que lhes ensinam, e falam como doutores. E há o bem-te-vi, que fala português de nascença, mas infelizmente só diz o próprio nome, decerto sem saber que assim se chama. [...]
Os pais e professores desses passarinhos devem ensinar-lhes muitas coisas: a discernir um homem de uma sombra, as sementes e frutas, os pássaros amigos e inimigos, os gatos - ah! principalmente os gatos ... Mas essa instrução parece que é toda prática e silenciosa, quase sigilosa: uma espécie de iniciação. Quanto a ensino oral, parece que é mesmo só: “Bem-te-vi! Bem-te-vi!”, que uns dizem com voz rouca, outros com voz suave, e os garotinhos ainda meio hesitantes, sem fôlego para as três sílabas.

(MEIRELES, Cecília. O que se diz e o que se entende. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1980, p. 95-96)

Infere-se corretamente do texto


A) preocupação quanto ao fato de que seja possível encontrar pássaros em uma cidade e de que eles consigam sobreviver em razão das condições desfavoráveis da vida urbana.

B) curiosidade em relação aos hábitos de certas aves, principalmente no ambiente urbano, que lhes dificulta conhecimentos necessários à sua sobrevivência.

C) confiança na preservação de algumas espécies de aves, especialmente aquelas que já se encontram adaptadas às diferentes situações de perigo existentes em núcleos urbanos.

D) valorização das facilidades da vida urbana, mesmo que esta implique diminuição na variedade de espécies de aves, com predomínio de somente algumas delas.

E) crítica à destruição do meio ambiente, mediante referência ao aumento de construções, simbolizadas nos blocos de cimento armado, em substituição aos elementos da natureza.


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