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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (5)


EXERCÍCIOS - Exercício 109

  • (FCC 2015)

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à ques tão.
− E se a vida for como um cardápio? A pergunta pegou Rosinha de surpresa. Ela levantou os olhos do menu e se de parou com o marido em estado reflexivo. − Ora, Alfredo, deixe de filosofar e escolha logo o prato que vai querer. Os dois haviam saído para jantar e estavam na varanda do Bar Lagoa, de onde se pode ver um cantinho de céu e o Redentor. − Rosinha, pense nas consequências do que estou dizendo. Se a vida for como um cardápio, nós talvez estejamos escolhendo errado. No lugar da buchada de bode em que nossas vidas se transformaram, pode ríamos nos deliciar com escargots. Experimentar sabores novos, mais sofisticados... − Por que a vida seria como um cardápio, Alfredo? Tenha dó. − E por que não seria? Ninguém sabe de fato o que é a vida, portanto qualquer acepção é válida, até prova em contrário. − Benhê, acorda. Ninguém vai aparecer para servir o seu cardápio imaginário. Na vida, a gente tem que ir buscar. A vida é mais parecida com um restaurante a quilo, self-service, entende? − Boa imagem. Concordo com o restaurante a quilo. É assim para quase todo mundo. Mas, quando evoluímos um pou co, chega a hora em que podemos nos servir à la carte. Rosinha, nós estamos nesse nível. Podemos fazer opções mais ousadas. − Alfredo, se você está querendo aventuras, variar o arroz com feijão, seja claro. Não me venha com essa conversa de cardápio existencial. Além disso, se a nossa vida virou uma buchada de bode, com quem você pensa experimentar essa coisa gosmenta, o tal escargot? − Querida, não reduza minhas ideias a uma trivial variação gastronômica. Minha hipótese, caso correta, tem im plicações metafísicas. Se a vida for como um cardápio, do outro lado teria que existir o Grand Chef, o criador do menu. − Alfredo, fofo, agora você viajou na maionese. É o cúmulo querer re construir o imaginário religioso baseado no funcionamento de um restaurante. Só falta você dizer que, nesse seu céu, os anjos são os garçons! Nesse momento, dois chopes desceram sobre a mesa. Flutuaram entre as mãos alvas, quase diáfanas, de um dos velhos garçons do Bar Lagoa. Alfredo e Rosinha trocaram olhares de espanto e antes que pudessem dizer que ainda não haviam pedido nada, o garçom falou com voz grave: − Cortesia da casa. Já olharam o cardápio?
(FARIA, Antônio Carlos de. "Cardápio existencial". Disponível em: ttp://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult686u141.shtml)

De acordo com o texto,


A) embora Rosinha negue-se, de início, a dar prosseguimento à discussão de Alfredo, termina por oferecer-lhe a metáfora que define seus objetivos como casal, o restaurante a quilo, em que se pode escolher o que se deseja.

B) a discussão entabulada por Alfredo, que estabelece uma equivalência entre a vida e a dinâmica do restaurante, encontra oposição na voz de Rosinha, cujos argumentos apenas se confirmam com a reviravolta ao fim do texto.

C) articula-se, em forma de diálogo, a comparação da vida a um cardápio de restaurante, cujas possibilidades abrem espaço para o questionamento de nosso livre arbítrio.

D) ainda que a comparação com um cardápio tenha um caráter bastante material, leva os interlocutores do diálogo a pensarem em suas implicações metafísicas, a ponto de esquecerem que pediram dois chopes ao garçom.

E) revela-se, a partir da discussão entre um casal, a tentativa de compreensão do destino que é assinalado a todos, o qual restringe as escolhas e as possibilidades de mudança na vida dos personagens.


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