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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (5)


EXERCÍCIOS - Exercício 28

  • (FCC 2015)

Outro dia, numa mesa de bar, hesitante e assustado, me dei conta de que eu não sabia a minha idade. Como pode, a esta altura do campeonato - qual altura exatamente? - a pessoa ignorar quantos anos tem?
Quando você é criança, a idade é um negócio fundamental. É o dado mais importante depois do seu nome. Lembro que, na época, eu achava de uma obviedade tacanha esse “vou fazer", mas hoje entendo: o desejo de crescer é parte fundamental do software com que viemos ao mundo. Seis, vou fazer sete, é menos uma constatação óbvia do que uma saudável aspiração.
Dos 20 aos 30 anos, avança-se lentamente, com sentimentos contraditórios. A escola foi há séculos, mas ser adulto ainda é estranho. A resposta sincera a quantos anos você tem, nessa fase, seria: “26, queria fazer 25", “25, queria fazer 24", até chegar a 20 - acho que ninguém, a não ser dopado por doses cavalares de nostalgia e amnésia, gostaria de ir além, ou melhor, aquém, e voltar à adolescência.
Trinta anos é uma idade marcante. Agora é inegável que você ficou adulto. Mas aí você faz 35 e entra numa zona cinzenta (ou grisalha?) em que idade não significa mais muita coisa. A impressão que eu tenho, a esta altura do campeonato - qual altura, exatamente? - é que todo mundo tem a minha idade. Não sendo púbere nem gagá, estão todos no mesmo barco, uns com mais dor nas costas, mas no mesmo barco, trabalhando, casando, separando e resmungando nas redes sociais. Deve ser por isso que, sem perceber, parei de contar
.
(Adaptado de: PRATA, Antonio. Folha de S. Paulo, 01/02/2015)

A “saudável aspiração” apontada pelo autor refere-se


A) ao desejo de crescer que se manifesta nas crianças, que, desse modo, acabam se referindo a uma idade futura ao dizerem quantos anos têm.

B) ao sonho de perpetuar indefinidamente a infância, período do desenvolvimento humano marcado pela fantasia, explorada em contos infantis, de nunca crescer.

C) ao desejo de parar de envelhecer quando se tem mais 30 anos e se percebe a inexorabilidade do passar do tempo.

D) à pretensão nostálgica do adulto recém-formado de retornar à adolescência e, assim, escapar das responsabilidades adquiridas.

E) ao esquecimento voluntário da própria idade, estratégia que, segundo o autor, proporciona a oportunidade de enxergar as pessoas como se não houvesse diferença etária entre elas.


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