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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (12)


EXERCÍCIOS - Exercício 164

  • (FUNDEP (Gestão de Concursos) 2019)

TEXTO I

‘Stamos em pleno mar... Abrindo as velas

Ao quente arfar das virações marinhas,

Veleiro brigue corre à flor dos mares,

Como roçam na vaga as andorinhas...

Donde vem? onde vai?  Das naus errantes

Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?

Neste saara os corcéis o pó levantam,

Galopam, voam, mas não deixam traço.

[...]

Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas

Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas,

No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...

E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais...

Se o velho arqueja, se no chão resvala,

Ouvem-se gritos... o chicote estala.

E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,

A multidão faminta cambaleia,

E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece,

Outro, que martírios embrutece,

Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,

E após fitando o céu que se desdobra,

Tão puro sobre o mar,

Diz do fumo entre os densos nevoeiros:

“Vibrai rijo o chicote, marinheiros!

Fazei-os mais dançar!...”

( Navio Negreiro – Castro Alves – 1880).

Disponível em:<http://biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://biblio.com.br/ conteudo/ Castro Alves/navionegreiro.htm> . Acesso em: 5 ago. 2019.

TEXTO II

Estamos em pleno mar, embarcações de ferro e aço

Onde pessoas disputam palmo a palmo por um espaço

Nesse imenso rio negro de piche e asfalto

Cristo observa tudo calado de braços abertos lá do alto

Onde a lei do silêncio impede que ecoe o grito do morro

Dos poetas em barracos sem forro, que clamam por socorro

Homens de pele escura, sem sobrenome importante

Filhos de reis e rainhas de uma terra tão distante

O mar separa o Brasil da África

Um rio separa as periferias das mansões de magnatas

Uniformes diferenciam funcionários de patrões

A cor denuncia vítimas antigas de explorações

Trazidos em porões e navios negreiros

Tratados como animais, vendidos a fazendeiros

Vivendo em cativeiros

Negociados como mercadoria

Enriquecendo a classe nobre, hoje chamada burguesia

Deixou pra trás dialetos e crença

Caçados, mortos e açoitados quem tentou resistência

Tratados como gado, sem direito à educação

Emudeceram seus tambores, amaldiçoaram sua religião

[...]

( Navio Negreiro – Slim Rimografia – 2011).

Disponível em:<https://www.letras.mus.br/slim-rimografia/navio-negreiro/> . Acesso em: 5 ago. 2019.


A respeito da relação que os dois textos estabelecem entre si, analise as afirmativas a seguir.

I. Apesar de se tratar de textos de gêneros textuais distintos (poesia e letra de música), ambos os abordam o processo de escravidão no Brasil.

II. A repetição do primeiro verso e o uso do mesmo título do texto I, feitos pelo texto II, contribuem para a construção do significado do texto II.

III. No texto I, observa-se o uso de aspectos estéticos da linguagem, trabalhada de forma poética por Castro Alvos. Essa característica não está presente no texto II.

Está correto o que se afirma em




A) I, apenas

B) I e II, apenas.

C) I, II e III.

D) III, apenas.


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