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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (6)


EXERCÍCIOS - Exercício 188

  • (FCC 2014)

Atenção: Para responder a questão considere o texto abaixo.

No campo da técnica e da ciência, nossa época produz mi-
lagres todos os dias. Mas o progresso moderno tem amiúde um
custo destrutivo, por exemplo, em danos irreparáveis à nature-
za, e nem sempre contribui para reduzir a pobreza.
A pós-modernidade destruiu o mito de que as humanida-
des humanizam. Não é indubitável aquilo em que acreditam tan-
os filósofos otimistas, ou seja, que uma educação liberal, ao al-
cance de todos, garantiria um futuro de liberdade e igualdade de
oportunidades nas democracias modernas. George Steiner, por
exemplo, afirma que “bibliotecas, museus, universidades, cen-
ros de investigação por meio dos quais se transmitem as huma-
nidades e as ciências podem prosperar nas proximidades dos
campos de concentração”. “O que o elevado humanismo fez de
bom para as massas oprimidas da comunidade? Que utilidade
teve a cultura quando chegou a barbárie?”
Numerosos trabalhos procuraram definir as características
da cultura no contexto da globalização e da extraordinária revo-
lução tecnológica. Um deles é o de Gilles Lipovetski e Jean
Serroy, A cultura-mundo. Nele, defende-se a ideia de uma cul-
tura global - a cultura-mundo - que vem criando, pela primeira
vez na história, denominadores culturais dos quais participam
indivíduos dos cinco continentes, aproximando-os e igualando-os
apesar das diferentes tradições e línguas que lhes são próprias.
Essa “cultura de massas” nasce com o predomínio da ima-
gem e do som sobre a palavra, ou seja, com a tela. A indústria
cinematográfica, sobretudo a partir de Hollywood, “globaliza” os
filmes, levando-os a todos os países, a todas as camadas
sociais. Esse processo se acelerou com a criação das redes
sociais e a universalização da internet.
Tal cultura planetária teria, ainda, desenvolvido um in-
dividualismo extremo em todo o globo. Contudo, a publicidade e
as modas que lançam e impõem os produtos culturais em nos-
sos tempos são um obstáculo a indivíduos independentes.
O que não está claro é se essa cultura-mundo é cultura em
sentido estrito, ou se nos referimos a coisas completamente
diferentes quando falamos, por um lado, de uma ópera de
Wagner e, por outro, dos filmes de Hitchcock e de John Ford.
A meu ver, a diferença essencial entre a cultura do passa-
do e o entretenimento de hoje é que os produtos daquela pre-
tendiam transcender o tempo presente, continuar vivos nas ge-
rações futuras, ao passo que os produtos deste são fabricados
para serem consumidos no momento e desaparecer. Cultura é
diversão, e o que não é divertido não é cultura.

(Adaptado de: VARGAS LLOSA, M. A civilização do espetáculo .
Rio de Janeiro, Objetiva, 2013, formato ebook)

Depreende-se corretamente do texto:


A) A menção ao que seria cultura em sentido estrito estabelece uma diferença entre a noção de cultura de que parte o autor e aquela estabelecida pelo pensador Gilles Lipovetski.

B) A asserção de que o progresso moderno tem amiúde um custo destrutivo estabelece, no parágrafo, noção de finalidade.

C) Os pontos de interrogação das perguntas feitas no segundo parágrafo podem ser suprimidos por se tratar de perguntas retóricas.

D) A afirmação de que nossa época produz milagres todos os dias encontra respaldo no fato de que haveria hoje o predomínio da imagem e do som sobre a palavra .

E) O mito de que as humanidades humanizam justifica-se a partir do fato de que nem todas as classes sociais possuem acesso à tecnologia moderna, como a internet.


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