PortuguêsInterpretação de textos (2)
- (CS-UFG 2017)
Campanha pede que pediatras de todo o país “receitem livros'
para crianças”
Pediatras de todo o país vêm sendo orientados a "receitar
livros" para seus pacientes de zero a seis anos. A medida, anunciada
nesta semana pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria),
visa estimular o aumento das conexões cerebrais nos pequenos
por meio da leitura feita a eles pelos pais ou por pessoas
próximas.
De acordo com os médicos, bebês que recebem o estímulo de escutar histórias podem se tornar adultos mais articulados,
desenvoltos e inteligentes. Bebês que nascem com deficiência também podem obter benefícios: com este incentivo, o
cérebro pode criar novas conexões para suprir habilidades perdidas.
Para Eduardo Vaz, presidente da SBP, não basta ao pediatra
controlar peso, altura e vacinas. Para ele, é preciso formar
um adulto que tenha qualidade de vida e que exerça sua cidadania.
"Estamos atrasados na inclusão do livro na pediatria.
Ler para o bebê reflete diretamente em seu bom desenvolvimento,
na cognição e na afetividade. Quem lê para o bebê cria
com ele um vínculo afetivo para a vida toda e contribui para
que ele seja um adulto melhor", diz Vaz.
O empresário Igor Rodrigues e a sua mulher, Daniela,
leem diariamente histórias infantis para as filhas gêmeas Lis e
Mariah, de nove meses.
"Não tivemos orientação médica, mas tomamos a medida
porque o nosso mais velho, de 15 anos, não gosta de livros
e é ligado a videogames. Os resultados são claros: elas adoram,
aprendem novas palavras e estão mais espertas", avalia o pai.
Uma das causas do atraso do falar de crianças, de acordo
com Vaz, é a falta de comunicação entre pais e filhos, o que
inclui a leitura. "O médico deve abordar famílias de forma direta,
dizendo que é necessário ler para o bebê. Pais analfabetos
podem contar histórias para os filhos. E essas crianças se alfabetizam
rápido, têm facilidade para aprender línguas e melhor
desempenho acadêmico."
Com apoio das fundações Maria Cecília Souto Vidigal
e Itaú Social, médicos associados à SBP receberão livros para
seus consultórios. Eles receberão também a cartilha "Receite
um Livro – Fortalecendo o Desenvolvimento e o Vínculo", com
os benefícios da leitura a bebês.
Para o linguista Evélio Cabrejo, da Universidade Sorbonne
(França), que veio ao Brasil para o lançamento da campanha,
não importa repetir a mesma história para as crianças.
"O bebê não escuta a mesma história sempre. Ele descobre uma
quantidade enorme de significados diferentes. Além disso, decora
tudo. Está exercendo a memória. É uma operação extraordinária."
MARQUES, Jairo. Folha de S. Paulo. 18 out. 2015. Disponível em: .
Acesso em: 1° fev. 2016.
No texto, o linguista Evélio Cabrejo, da Universidade Sorbonne,
A) corrobora a argumentação desenvolvida em todo o texto de que a leitura de livros para crianças as ajuda no efetivo desenvolvimento da cognição e da afetividade.
B) constitui uma voz de autoridade cuja argumentação supera a de Eduardo Vaz, porque o linguista especifica aquilo que na fala de Vaz era vago e genérico.
C) apresenta argumento parcialmente discordante do presidente da SBP, pois o estudioso da linguagem chama a atenção para o fato de que o bebê decora a história ao invés de compreendê-la em sua totalidade.
D) introduz argumentação com base na competência linguística, já que, como estudioso da linguagem, tem habilidade para fazer jogos de palavras, criar ambiguidades e metaforizar expressões literais.
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