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PortuguêsInterpretação de textos (2)


EXERCÍCIOS - Exercício 349

  • (FCC 2017)

A representação da “realidade” na imprensa

Parece ser um fato assentado, para muitos, que um jornal ou um telejornal expresse a “realidade”. Folhear os cadernos de papel de ponta a ponta ou seguir pacientemente todas as imagens do grande noticiário televisivo seriam operações que atualizariam a cada dia nossa “compreensão do mundo”. Mas esse pensamento, tão disseminado quanto ingênuo, não leva em conta a questão da perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações focalizadas. Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia, ou mesmo à do câmera que flagra uma situação (e que, aliás, tem suas tomadas sob o controle de um editor de imagens), é desfazermo-nos da nossa própria capacidade de análise, é renunciarmos à perspectiva de sujeitos da nossa interpretação.

Tanto quanto os propalados e indiscutíveis “fatos”, as notícias em si mesmas, com a forma acabada pela qual se veiculam, são parte do mundo: convém averiguar a quem interessa o contorno de uma análise política, o perfil criado de uma personalidade, o sentido de um levante popular ou o alcance de uma medida econômica. O leitor e o espectador atentos ao que leem ou veem não têm o direito de colocar de lado seu senso crítico e tomar a notícia como espelho fiel da “realidade”. Antes de julgarmos “real” o “fato” que já está interpretado diante de nossos olhos, convém reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta como indiscutível e como se compõe, por palavras ou imagens, a perspectiva pela qual uma bem particular “realidade” quer se impor para nós, dispensando-nos de discutir o ponto de vista pelo qual se construiu uma informação.

(Tibério Gaspar, inédito )


Diante das informações que habitualmente nos oferecem os jornais e os noticiários, devemos, segundo o autor do texto,


A) considerar como fatos efetivos apenas aqueles que ganham igual dimensão em todos os veículos.

B) imaginar que os interesses existentes na divulgação dos fatos acabam por destituí-los de importância.

C) interpretar as notícias de modo a excluir delas o que nos pareça mais problemático ou inverossímil.

D) ponderar que tais informações são construídas a partir de um ponto de vista necessariamente particular.

E) avaliar os fatos noticiados segundo o ângulo que melhor se afine com os nossos valores pessoais.


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