PortuguêsInterpretação de textos (3)
- (Instituto Acesso 2015)
A questão abaixo toma por base o seguinte texto, de Caetano Veloso (O Globo: 08/07/2012):
“A não concordância de número nos verbos e adjetivos relacionados também me faziam mal." Essa foi demais. A não concordância de número me “faziam" mal? Não tinha relido aquele artigo em que chamei o acento grave de agudo. Não vi é que um erro maior tinha passado. A frase – que abre o artigo de hoje – é um erro perfeito. Senilidade & masoquismo. Quem me chamou a atenção foi o professor André Valente, a quem devo tanto (ele levou Moreno, na adolescência, a gostar de português como matéria escolar, o que elevou o nível do diálogo com meu filho mais velho para um patamar acima do maravilhoso entendimento emocional-afetivo que ele e eu já tínhamos). Se eu fosse mais organizado, ia escrever aqui sempre sobre fatos da língua. A discórdia com os sociolinguistas terminaria em alguma concórdia (para confirmar o diagnóstico de Roberto Schwarz). Uma piada deles sobre os que gostam de defender a norma culta saberem menos sobre ela do que eles – que supostamente a desprezam – servirá sempre como uma lição a mais (e mais exigente) a ser divulgada sobre o melhor uso das regras vigentes (Marcos Bagno fez isso com Dora Kramer num livro; poderia fazer mais com meu grave agudo e mais ainda com minha discordante demanda por concordância).
Para justificar o fato de quase não escrever sobre temas linguísticos, Caetano alega que:
A) precisaria fazer as coisas com mais ordem.
B) deveria ainda estudar muito.
C) não é professor de português.
D) não gosta de sociolinguística.
E) prefere não desagradar seu leitor.
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