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PortuguêsInterpretação de textos (2)


EXERCÍCIOS - Exercício 410

  • (VUNESP 2017)

A idade das palavras

Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que, em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada dizendo “Eu sou prafrentex!”.

Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.

Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito. Houve época em que era “pão”, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: “Ai, que pão!”.

Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica difícil mudar o modo de falar.

Lembro o sucesso de “boko moko”, criado por uma marca de refrigerante para rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona vale? Ou devo dizer “out”, como na década de 90?

Reconheço, tenho saudade de certos termos. Lembro-me das conversas com os amigos nos anos 70, quando fiz faculdade e era frequente ouvir “tou numas com ela”, equivalente, guardadas algumas proporções, ao “ficar” de hoje em dia.

Que adolescente aceitaria hoje ir a um “ mingau dançante ”? Vão para a balada, para a “night”. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde!

Muita gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas esquecem que, no seu tempo, também a usavam.

Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”, para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80.

A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade mais do que as rugas!

(Walcyr Carrasco. http://vejasp.abril.com.br/cidades/ a-idade-das-palavras/ Adaptado)


De acordo com o texto, é correto afirmar que


A) há mulheres que, na década de 90, surpreenderam a sociedade com atitudes ousadas como viajar sem a companhia dos pais.

B) há pessoas que jamais utilizaram gírias, pois consideram que essas palavras tornam a linguagem incompreensível.

C) há mulheres que usam frequentemente gírias com o objetivo de aparentar menos idade, uma estratégia que surte os efeitos pretendidos.

D) há pessoas que, como o autor, se confundem ao empregar gírias, já que são expressões que mudam conforme a época.

E) há jovens que achariam divertido empregar, no bate-papo com amigos, expressões como “mingau dançante” ou “tou numas com ela”.


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