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PortuguêsInterpretação de textos (2)


EXERCÍCIOS - Exercício 263

  • (FCC 2017)

Vejo pela manhã os escolares caminhando rumo aos estabelecimentos de ensino. Uma boa percentagem carrega o malote nas costas, preso pelas correias passando pelos ombros. Assim usam meus netos. Meus filhos imitaram os pais, conduzindo os livros numa bolsa, levada na mão esquerda. A recomendação clássica é ter sempre a mão direita livre, desocupada, pronta para a defesa.

Esse transporte da bolsa estudantil parece pormenor sem importância. Mesmo assim foi anotado há mais de vinte séculos em versos latinos. O poeta Quinto Horácio Flaco faleceu oito anos antes de Jesus Cristo nascer. No primeiro livro das Sátiras, a sexta inclui essa referência, recordação do menino Horácio, filho de liberto, indo para a aula do brutal Orbílio Pupilo, ex-soldado em Benavente : Laevo suspensi locutos tabulamque lacerto. Antônio Luís Seabra (1799-1895), tradutor de Horácio, divulgou o “No braço esquerdo com tabela e bolsa”. Essas “tabelas” eram as placas de madeira encerada onde escreviam. Valiam os livros contemporâneos. A figura do escolar atravessando as ruas da tumultuosa Roma no ano 55 e que seria o eternamente vivo Horácio, volta aos meus olhos, nessa janela provinciana e brasileira, aos seis graus ao sul da Equinocial .

(CASCUDO, Câmara, “Indo para a Escola”, em História dos Nossos Gestos . Edição digital. Rio de Janeiro: Global, 2012)


No texto, o autor


A) ilustra, a partir de seu conhecimento histórico, um costume satirizado por Horácio, que, sendo um poeta, criticava o caráter beligerante dos estudantes de sua época, sempre prontos a se indispor em brigas.

B) tece uma recomendação, mediante a menção a Horácio, aos estudantes que vê de sua janela, indisciplinados em comparação ao poeta latino educado por um ex-soldado.

C) cita um verso de Horácio para ratificar seu argumento de que a mudança de hábito por parte dos estudantes atuais se deve ao fato de não mais viverem em uma cidade tumultuosa como Roma.

D) descobre, em um costume cotidiano dos estudantes que vê de sua janela, uma antiga referência à disciplina militar de Orbílio, professor de filhos de libertos como o poeta Horácio.

E) traça a ancestralidade de um hábito que se manteve praticamente intacto até a geração de seus filhos e cuja atual alteração não o impede de evocar uma referência poética da Antiguidade.


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