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PortuguêsInterpretação de textos (2)


EXERCÍCIOS - Exercício 129

  • (VUNESP 2017)

Considerando o papel que a mídia ocupa na política contemporânea, somos obrigados a perguntar: em que espécie de democracia estamos pensando quando desejamos que nossa sociedade seja democrática? Permitam que eu comece contrapondo duas concepções diferentes de democracia. Uma delas considera que uma sociedade democrática é aquela em que o povo dispõe de condições de participar de maneira significativa na condução de seus assuntos pessoais e na qual os canais de informação são acessíveis e livres. Se você consultar no dicionário o verbete “democracia”, encontrará uma definição parecida com essa.

Outra concepção de democracia é aquela que considera que o povo deve ser impedido de conduzir seus assuntos pessoais e os canais de informação devem ser estreita e rigidamente controlados. Esta pode parecer uma concepção estranha de democracia, mas é importante entender que ela é a concepção predominante. Vou dizer algumas palavras sobre essa noção de democracia.

Consideremos a primeira operação de propaganda governamental de nossa era, que aconteceu no governo de Woodrow Wilson, eleito presidente dos Estados Unidos em 1916, bem na metade da Primeira Guerra Mundial. A população estava extremamente pacifista e não via motivo algum que justificasse o envolvimento numa guerra europeia. O governo Wilson estava, na verdade, comprometido com a guerra e tinha de fazer alguma coisa a respeito disso. Foi constituída uma comissão de propaganda governamental, a Comissão Creel, que conseguiu, em seis meses, transformar uma população pacifista numa população que queria destruir tudo o que fosse alemão, entrar na guerra e salvar o mundo.

Entre os que participaram ativa e entusiasticamente na campanha liderada por Wilson estavam intelectuais progressistas, que lançaram mão dos instrumentos mais diversos para conduzir à guerra uma população relutante, por meio do terror e da indução a um fanatismo xenófobo. Inventaram, por exemplo, que os hunos cometiam uma série de atrocidades, como arrancar os braços de bebês belgas, e toda sorte de fatos horripilantes que ainda podem ser encontrados em alguns livros de história.

(Noam Chomsky. Mídia : propaganda política e manipulação. Trad. Fernando Santos. São Paulo, Martins Fontes, 2013. Adaptado)


A expressão “fanatismo xenófobo”, no contexto do último parágrafo, refere-se


A) à adesão irrefletida da população ao discurso de intolerância que favoreceu a entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial.

B) ao interesse do governo dos Estados Unidos em despertar no povo uma consciência política afinada com ideais antibelicistas.

C) ao esforço de intelectuais progressistas em explicar a situação de guerra contrapondo as vantagens e as desvantagens do conflito armado.

D) à despreocupação da sociedade norte-americana em face da ameaça representada por estrangeiros que se opunham politicamente aos EUA.

E) ao sentimento de reprovação que a população estadunidense demonstrou ao projeto de seu presidente apoiar uma guerra europeia.


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