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EXERCÍCIOS - Exercício 217

  • (Itame 2020)

O desgaste das lives e a banalização da pandemia
Gregory Combat
Desde o início da pandemia, o formato das lives se tornou grande alavanca do uso das redes com apresentações de todos os segmentos, com destaque para as atrações musicais que chegaram a alcançar mais de 3 milhões de pessoas em tempo real. De acordo com os dados da plataforma do Google Trends , que monitora as palavras-chave mais buscadas na internet, entre abril e maio, ocorreram picos de buscas pela palavra “live” .
Marília Mendonça, que alcançou 3,31 milhões de espectadores simultâneos, e Jorge e Mateus, que tiveram 3,24 milhões, demonstram a potência do formato que começou a disputar em níveis de equidade a audiência em horário nobre da televisão aberta.
Não só na música, como no teatro, literatura, dança, as lives possibilitaram novas formas de conexão e interação. Mas como isso tudo aconteceu em uma explosão e saída emergencial para toda uma cadeia produtiva, a saturação no número de transmissões começou a diluir o público. Pense, por exemplo, em milhares de canais tentando chamar a atenção do espectador para suas demandas.
E não só do espectador que se vive uma live , muitas são pensadas para exibição dos patrocinadores, para exibirem suas marcas ou montarem a cenografia de acordo com seu conteúdo. Tudo evoluiu tão rápido que começamos a ter comerciais dentro das transmissões ao vivo. O nível de visibilidade e a nova forma de distribuição do mercado se reestruturaram nesse curto período de tempo.
Já no último mês nos deparamos com um declínio agudo tanto no interesse do público e da busca pelas lives , como na produção dos próprios artistas nessa plataforma.
Esse desinteresse reflete também a flexibilização e o processo de retorno gradual às atividades, depois de mais de 150 dias de confinamento. A meu ver, elas também estão ligadas a outro detalhe: quando surgiram, as lives tinham uma finalidade social de mobilização que unia as pessoas em um momento de exceção e dúvida, mas com o passar do tempo se tornaram apenas mais uma atração comum, mesmo para quem permanece em casa.
[..]
O que precisamos insistentemente questionar é que todos esses processos estão ligados, em nosso país, a banalização da pandemia. Enquanto acontece a flexibilização, chegamos ao marco de mais de 100 mil mortes [...].

Considerando as escolhas linguísticas feitas pelo autor, pode-se dizer que:


A) O texto possui uma linguagem regional, pois se utiliza de termos como “alavanca” e “Google Trends”.

B) O autor se dirige e se comunica apenas com a população mais jovem que está conectada à internet.

C) O autor se utiliza de uma linguagem informal, pois cria a ideia de diálogo com o leitor ao expor sua opinião.

D) A linguagem utilizada é formal, tendo em vista que se adequa às regras gramaticais e se faz compreensível a todos.


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