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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (7)


EXERCÍCIOS - Exercício 392

  • (FCC 2011)

Meios e fins
O crítico José Onofre disse uma vez que a frase “não se
faz uma omelete sem quebrar ovos” é muito repetida por gente
que não gosta de omelete, gosta do barulhinho dos ovos sendo
quebrados. Extrema esquerda e extrema direita se parecem não
porque amam seus ideais, mas porque amam os extremos, têm
o gosto pelo crec-crec.
A metáfora da omelete é “o fim justifica os meios”, em
linguagem de cozinha. O fim justificaria todos os meios extre-
mos de catequização e purificação, já que o fim é uma humani-
dade melhor – só variando de extremo para extremo o conceito
de “melhor”.
Todos os fins são nobres para quem os justifica, seja
uma sociedade sem descrentes, sem classes ou sem raças
impuras. O próprio sacrifício de ovos pelo sacrifício de ovos tem
uma genealogia respeitável, a ideia de regeneração (dos outros)
pelo sofrimento e pelo sangue acompanha a humanidade desde
as primeiras cavernas. Ou seja, até os sádicos têm bons
argumentos. Mas o fim das ideologias teria decretado o fim do
horror terapêutico, do mito da salvação pela purgação que o
século passado estatizou e transformou no seu mito mais
destrutivo.
O fracasso do comunismo na prática acabou com a des-
culpa, racional ou irracional, para o stalinismo. O tempo não
redimiu o horror, o fim foi só a última condenação dos meios.
(Adaptado de: Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)

Para o crítico José Onofre, muitos dos que repetem a frase “não se faz uma omelete sem quebrar ovos” querem, com ela,


A) justificar o difícil caminho que deve ser penosamente trilhado para se chegar a um bom resultado.

B) mascarar o gosto pela violência mesma dos processos radicais, independente dos objetivos finais.

C) revelar a necessidade da violência quando o fim último pretendido for o da conciliação permanente.

D) despertar a consciência de quem trabalha para o oportunismo de quem somente colhe os frutos do labor alheio.

E) ilustrar a tese de que aos mais altos ideais corresponde sempre a exigência dos mais altos sacrifícios.


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