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PortuguêsInterpretação de textos (7)


EXERCÍCIOS - Exercício 212

  • (FCC 2010)

O altruísmo e a bondade estão em baixa. Atualmente, a
preocupação com o bem-estar do outro é mais vista com
desconfiança ou como sinal de ingenuidade do que como
virtude. Essa é a conclusão a que chegaram a historiadora
Barbara Taylor e o psicólogo Adam Phillips, autores de um livro
sobre a bondade, recentemente publicado nos Estados Unidos.
Com informações colhidas em estudos de teoria social,
psicanálise e registros históricos, eles defendem a importância
do altruísmo para a construção de uma sociedade funcional,
mas também mostram quanto a noção de bondade foi distorcida
e hoje é mais malvista do que entendida como algo positivo.
Para especialistas, esse desencanto é fruto da
derrocada ideológica e religiosa que o mundo ocidental viveu no
século XX. O processo de recrudescimento da desconfiança
começou com as promessas não cumpridas dos regimes
políticos como o socialismo soviético, passou pela barbárie do
nazismo e culminou com a criação da bomba atômica.
Diante de grandes tragédias, como enchentes e furacões
que deixam milhares de desabrigados, o ser humano sabe ser
solidário. Esta generosidade diluída não costuma ser
questionada. É diferente, porém, quando a bondade tem um
único rosto. Pessoas que se dedicam a trabalhos voluntários
aprenderam a lidar com essa desconfiança.
O altruísmo teria nascido no tempo dos caçadores e
coletores, 200 mil anos atrás, de acordo com pesquisa recémpublicada.
O homem altruísta surge em um contexto de guerra
constante por recursos fundamentais à sobrevivência, diz
Samuel Bowles, responsável por esse estudo. Grupos com
indivíduos altruístas ? que se solidarizavam com colegas que
não eram necessariamente de suas famílias ? tinham mais
possibilidade de vencer a disputa por uma zona de caça, por
exemplo.
Em meio à crise de valores por que o mundo passa, a
historiadora Barbara Taylor vê o momento como uma
oportunidade para mudar.

(João Loes e Maíra Magro. Istoé, 17 de junho de 2009, pp. 68-
69, com adaptações)

Pressupõe-se corretamente do texto que o altruísmo


A) que marca as ações de uma única pessoa nem sempre é devidamente reconhecido, por tratar-se de um sentimento grupal, desde a Antiguidade.

B) nem sempre permite que as pessoas se sintam mais realizadas e felizes, em razão das situações de calamidade em que esse sentimento predomina.

C) caracteriza a organização de sociedades primitivas, que dependiam dos membros do clã para sobreviver, fato que não ocorre atualmente.

D) beneficia as pessoas em geral e também aqueles que assim se comportam, sendo importante para uma convivência mais humana e frutífera.

E) surge apenas em situações de calamidade, apesar da desconfiança generalizada que esse comportamento sempre propiciou.


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