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HistóriaPeríodo colonial: produção de riqueza e escravismo


EXERCÍCIOS - Exercício 175

  • (Instituto Consulplan 2021)

Embora usasse o título de rei desde a morte da mãe, a rainha D. Maria I, em 20 de março de 1816, D. João esperou quase dois anos para receber o juramento legal, eclesiástico e popular pela sucessão ao trono. Se até então D. João entendera a estada em sua colônia tropical como um idílio, a partir de 1817 uma nova realidade lhe estorvaria o pacato cotidiano. O decreto real que fixou a data foi publicado em 28 de janeiro de 1818, determinando o dia 6 de fevereiro para a celebração do reconhecimento de D. João como Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d’Aquém e d’Além- -Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia. Dentre os motivos que levaram ao atraso da cerimônia da coroação, podemos destacar, EXCETO:


A) Em 9 de julho de 1816, data em que foi declarada a independência das Províncias Unidas do Rio da Prata, um conflito estourou. O governo joanino interveio: a alegação oficial era evitar invasões; porém, a intenção não explícita era anexar ao Brasil a assim chamada Banda Oriental além do atual Uruguai. Estava em jogo o controle do estuário, por onde afluía todo o comércio do extremo sul.

B) Surgiu em Pernambuco a Revolução Praieira, denominação derivada de um jornal liberal – O Diário Novo – cuja sede ficava na Rua da Praia, no Recife. É importante lembrar que aquele ano não foi um ano qualquer, pois, nele, uma série de revoluções democráticas varreu a Europa. Em Olinda e Recife, respirava-se o que um autor anônimo, adversário das revoluções, chamara muitos anos antes de “maligno vapor pernambucano”.

C) Em 1815, o tema da escravidão entra na pauta de negociações internacionais. Durante a realização do Congresso de Viena foi aprovada uma cláusula que abolia o comércio de escravos em todo o hemisfério Norte. O regente não só concordou em abolir o tráfico ao norte do Equador, como afirmou que exigiria melhores tratamentos para a população escravizada. No entanto, em uma sociedade escravocrata como a brasileira, este tipo de regulamentação tendia a ser engavetado. Entre o estatuto legal e a realidade havia imenso abismo.

D) Em 1817, estoura, em Pernambuco, o amplo movimento que rapidamente se transformaria na “pedra no sapato” da política joanina. Se até então o Império se mostrara bastante unido, no Norte, reagia-se agora às “pesadas contribuições e excessivas conscrições” provocadas pela conquista da Banda Oriental, “no que o povo do Brasil não só não tem parte, mas julga contrária aos seus interesses”. O peso dos impostos aumentava, bem como a desigualdade regional. Em suma, o sentimento nas regiões afastadas da Corte era o de que, com a vinda da Realeza, o domínio escorregara de Lisboa para o Rio de Janeiro.


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