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PortuguêsCoesão e coerência (3)


EXERCÍCIOS - Exercício 254

  • (FCC 2007)

Atenção : As questões de números 01 a 10 baseiam-se no texto abaixo.
A Norma (1831) é claramente uma ópera que encena, numa suposta rebelião gaulesa contra a tutela romana na Antiguidade, a desejada libertação dos italianos em face das potências estrangeiras − no caso, certamente a Áustria − que lhes vedam a independência e a unidade nacional. Como é de praxe em boa parte das óperas italianas do século XIX, ao posicionamento progressista nas grandes questões sociais ou nacionais se opõe um lastro, geralmente ocultado, que é de natureza mais propriamente pessoal, e serve de enorme peso − inconsciente, posto que até então desconhecido − contra aquela tomada de partido em favor [...] do “bem” ou, pelo menos, da justiça e do progresso. Esse modelo aparece, para citarmos apenas algumas óperas, nas Vespri siciliani e no Trovatore de Verdi; poder-se-ia argumentar que a Traviata procede do mesmo modo. Assim, um recorte se delineia inicialmente, a opor as causas progressistas (a pátria livre, seja ela a Gália, a Sicília ou qualquer outra; a defesa dos pobres; a união de quem se ama) ao que existe de mais retrógrado; porém, a dramaticidade não procederá do conflito, num mesmo nível, entre progressistas e reacionários, mas da irrupção, no âmago mesmo da causa revolucionária avançada, de um elemento pessoal marcado pelo acumpliciamento secreto, arcaico e culpável com o inimigo. Dessa forma, o herói libertador dos sicilianos nas Vespri é na verdade filho ilegítimo do governador francês, o trovador, na ópera homônima, é o irmão perdido de seu próprio perseguidor − e aqui, na Norma, a sacerdotiza suprema dos gauleses é amante do chefe romano. É isso o que dilacera a alma, tanto do atorcantor como do expectador-ouvinte, e confere a essas óperas seu caráter trágico. (RIBEIRO, Renato Janine. Iracema ou a fundação do Brasil. In FREITAS, Marcos Cezar de (Org.). Historiografia brasileira em perspectiva. 5.ed., São Paulo: Contexto, 2003, p. 406)
A respeito da estrutura e do uso de palavras no texto, é corretoafirmar que


A) a forma citarmos (linha 14), empregada na primeira pessoa do plural, inclui o autor e os leitores.

B) a forma poder-se-ia (linha 15) confere ao trecho em que se insere o caráter de afirmação improvável.

C) expectador-ouvinte (linha 32), tal como ator-cantor, é palavra composta, cujo plural é “expectadores- ouvinte".

D) a forma procederá (linha 21), não obstante o tempo empregado, refere-se a um fato já verificável no mo- mento de produção do texto.

E) o segmento as causas progressistas (linhas 17 e 18) é equivalente, no contexto, à forma pronominal “lhes".


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