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PortuguêsInterpretação de textos


EXERCÍCIOS - Exercício 38

  • (FCC 2014)

Os direitos “nossos” e os “deles”
Não é incomum que julguemos o que chamamos “nossos” direitos superiores aos direitos do “outro”. Tanto no nível mais pessoal das relações como nos fatos sociais costuma ocorrer essa discrepância, com as consequências de sempre: soluções injustas.

Durante um júri, em que defendia um escravo que havia matado o seu senhor, Luís Gama (1830 - 1882), advogado, jornalista e escritor mestiço, abolicionista que chegou a ser escravo por alguns anos, proferiu uma frase que se tornou célebre, numa sessão de julgamento: "O escravo que mata o senhor, seja em que circunstância for, mata sempre em legítima defesa". A frase causou tumulto e acabou por suspender a sessão do júri, despertando tremenda polêmica à época. Na verdade, continua provocando.

Dissesse alguém isso hoje, em alguma circunstância análoga, seria aplaudido por uns e acusado por outros de demonizar o “proprietário”. Como se vê, também a demonização tem duas mãos: os partidários de quem subjuga acabam por demonizar a reação do subjugado. Tais fatos e tais polêmicas, sobre tais direitos, nem deveriam existir, mas existem; será que terão fim?

O grande pensador e militante italiano Antonio Gramsci (1891-1937), que passou muitos anos na prisão por conta de suas ideias socialistas, propunha, em algum lugar de sua obra, que diante do dilema de uma escolha nossa conduta subsequente deve se reger pela avaliação objetiva das circunstâncias para então responder à seguinte pergunta: “Quem sofre?” Para Gramsci, o sofrimento humano é um parâmetro que não se pode perder de vista na avaliação das decisões pessoais ou políticas.


(Abelardo Trancoso, inédito )


Está plenamente correta a redaçãodeste livre comentário sobre o texto:


A) Por levar em conta o sofrimento humano era que Antonio Gramsci não relutava uma análise objetiva dos casos onde as decisões fossem difíceis de se tomar.

B) A preocupação principal do autor do texto está em demonstrar como se desejam preservar os direitos em que os detentores somos nós, ao passo que com os dos outros o mesmo não venha a ocorrer.

C) Muita gente considera de que seus direitos são sempre preferíveis de se respeitar do que os dos outros, cometendo-se com isto uma irreparável injustiça para com seus semelhantes.

D) O intrépido Luís Gama não hesitou em lançar mão de um argumento radical para defender seu cliente, um escravo acusado do assassinato de seu proprietário.

E) Seria mesmo difícil de se imaginar a balbúrdia que se proclamou entre os expectadores que assistiam o julgamento de um escravo cuja defesa era de Luís Gama.


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