PortuguêsAnálise sintática
- (IBFC 2015)
Texto I
Sinto-me um pouco intrusa vasculhando minha infância. Não quero perturbar aquela menina no seu ofício de sonhar. Não a quero sobressaltar quando se abre para o mundo que tão intensamente adivinha, nem interromper sua risada quando acha graça de algo que ninguém mais percebeu.
Tento remontá-la aqui num quebra-cabeças que vai formar um retrato - o meu retrato? Certamente faltarão algumas peças. Mas, falhada e fragmentária, esta sou eu, e me reconheço assim em toda a minha incompletude. Algumas destas narrações já publiquei. São meu rebanho, e posso chamá-las de volta quando quiser. Muitas eu mesma vi e vivi; outras apanhei soltas no ar, pois sempre há quem se exponha a uma criança que finge não escutar nem enxergar muita coisa da sua vida ao rés-do-chão.
Aqui onde estou - diante deste computador, nesta altura e deste ângulo -, afinal compreendo que não são as palavras que produzem o mundo, pois este nem ao menos cabe dentro delas. Assim aquela menina dançando no pátio na chuva não cabia no seu protegido cotidiano: procurava sempre o susto que viria além.
Então enfiava-se atrás dos biombos da imaginação, colocava as máscaras e espiava o belo e o intrigante, que levaria o resto de sua vida tentando descrever.
(Lya Luft, Mar de dentro , p. 13-14)
Considere o trecho abaixo para responder à questão.
“ Não a quero sobressaltar quando se abre para o mundo que tão intensamente adivinha, nem interromper sua risada quando acha graça de algo que ninguém mais percebeu.” (1°§)
Assinale a opção em que se aponta, erroneamente , a análise sintática do termo indicado.
A) “ que tão intensamente adivinha” - objeto indireto
B) “o mundo que tão intensamente” - adjunto adverbial
C) “Não a quero sobressaltar” - objeto direto
D) “ ninquém mais percebeu” - sujeito
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