DiversosDiversos (40)
- (FUNDEP (Gestão de Concursos) 2022)
INSTRUÇÃO : Leia o texto IV a seguir, para responder à questão.
TEXTO IV
Os jovens na proteção das comunidades
tradicionais da Amazônia
Sendo maioria na região Norte, juventude precisa
assumir seu papel na garantia da justiça social e
climática na Amazônia
Não é de hoje que a juventude vem lutando por mais
voz e participação nas tomadas de decisões dos seus
próprios territórios. O jovem mais engajado e mobilizado
cumpre seu papel nas transformações sociais, sobretudo
na redução da pobreza, na garantia da qualidade de vida
e na conservação ambiental. Se olharmos para o Norte
do Brasil, onde há a maior concentração da população
com idade entre 15 e 29 anos, percebemos que a
pluralidade cultural e de gênero dos jovens ribeirinhos,
indígenas ou quilombolas sequer são discutidas nos
planos e políticas públicas de estado. Erguer esforços
em ações afirmativas para as e os jovens em áreas
descentralizadas é a direção correta que precisamos
seguir. Potencializando, especialmente, a juventude
no fortalecimento comunitário e no desenvolvimento
econômico local.
Em comparação com outros estados brasileiros, o Amapá
carrega o maior percentual de jovens em sua população,
cerca de 29,1%, segundo o Atlas das Juventudes de
2021. Muitos desses adolescentes estão inseridos em
grupos historicamente marginalizados, vivendo hoje sem
oportunidade de trabalho, sem acesso à educação, saúde,
condições essenciais para o desenvolvimento humano,
como revela um dos recortes do estudo “Quilombos
Urbanos: Fortalecimento Comunitário e Cadeias
Socioprodutivas”, desenvolvido pelo Instituto Mapinguari.
Realizado na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio
Curiaú, o estudo aponta características, levanta dados
e demandas das comunidades que fazem parte dessa
região, duas delas reconhecidas como quilombos.
Os resultados mostram a presença numerosa de jovens
nas comunidades. Em média, 54% da população
quilombola da APA do Curiaú possuem menos de
29 anos, enquanto que adultos e idosos se distribuem
entre 36% e 9%, respectivamente.
Nessa formação social com predominância da juventude,
constata-se um baixo nível de escolaridade, com mais
de 30% da população atrasada ou que abandonou
os estudos. Essa alta taxa de evasão escolar pode
estar atrelada com a necessidade de abandonar os
estudos para ajudar na geração da renda familiar.
O próprio quilombo do Curralinho, que possui uma alta
taxa de evasão, é uma forte produtora de hortaliças
que abastecem feiras, mercados e supermercados
de Macapá.
Superar essas disparidades é conhecer o contexto local e
construir estratégias e ações afirmativas de mobilização
e empoderamento da juventude quilombola. Atuação
que o Instituto Mapinguari propõe para o fortalecimento
comunitário da APA do Curiaú. Atualmente, levando
o debate para o contexto internacional, apresentando
durante a COP 27, em Sharm El Sheikh, no Egito,
subsídios que confirmam a necessidade de incentivar
jovens quilombolas na organização do seu território
e nas decisões de suas comunidades. Ressaltando o
lugar das comunidades tradicionais na linha de frente
do combate às mudanças climáticas e como primeiros
afetados pelas alterações bruscas no clima.
Apostar na educação como o agente fundamental para o
desenvolvimento social, pensar em políticas públicas que
transformem e incentivem o ensino e aprendizagem de
crianças, jovens e adultos nos quilombos é fundamental
na garantia da justiça social.
Disponível em: l1nq.com/Yvvrs.
Acesso em: 19 out. 2022 (adaptado).
Em relação ao texto IV, assinale a alternativa que melhor corrobora o seu título.
A) “Em comparação com outros estados brasileiros, o Amapá carrega o maior percentual de jovens em sua população, cerca de 29,1%, segundo o Atlas das Juventudes de 2021.”
B) “Não é de hoje que a juventude vem lutando por mais voz e participação nas tomadas de decisões dos seus próprios territórios.”
C) “Nessa formação social com predominância da juventude, constata-se um baixo nível de escolaridade, com mais de 30% da população atrasada ou que abandonou os estudos.”
D) “Em média, 54% da população quilombola da APA do Curiaú possuem menos de 29 anos, enquanto que adultos e idosos se distribuem entre 36% e 9%, respectivamente.”
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