PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (13)
- (VUNESP 2019)
Leia o texto de Antonio Prata, a seguir, para responder à questão.
Nada me deixava mais tranquilo do que os sons da máquina de escrever vindos do quarto ao lado. Era meu pai, escritor, que trabalhava depois que todos haviam ido dormir. O batuque no teclado, o ronco grave do rolo girando com o papel e a sineta do carro tilintando ao ser devolvido à posição inicial – plim! – me garantiam a presença de um adulto, ali ao lado: se não ao alcance das mãos, ao menos dos ouvidos. O ritmo caótico, mas contínuo – como chuva no telhado –, era ainda melhor do que a música de ninar, cadenciada, pois sugeria que mesmo em meio à confusão poderia haver harmonia. Sob esse cafuné auditivo, o mundo desaparecia, sem violência, depois voltava a existir, quando eu menos esperasse, iluminado: plim!
Prata, Antonio. Nu, de botas p.15 – 1ª ed. – São Paulo:
Companhia das Letras, 2013. (Excerto adaptado)
Conforme o texto, os sons da máquina de escrever de seu pai trabalhando à noite produziam no narrador uma sensação
A) de incômodo, já que o som repetitivo do teclado e do rolo girando com o papel impediam-no de dormir.
B) de preocupação com a rotina do seu pai, que permanecia trabalhando enquanto todos na casa já dormiam.
C) de tranquilidade pela presença do pai, mas de desconforto com o barulho caótico e contínuo da máquina.
D) de segurança, já que o barulho contínuo da máquina representava a certeza da presença de um adulto.
E) confusa, pois os sons, agradáveis estando acordado, pareciam-lhe caóticos quando era despertado por eles.
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