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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (13)


EXERCÍCIOS - Exercício 389

  • (FCC 2019)

[O tempo sem rumo]

As datas deveriam nos fixar no tempo como as coordenadas geográficas nos fixam no espaço, mas a analogia não funciona. O tempo não tem pontos fixos, o tempo é uma sombra que dá a volta na Terra. Ou a Terra é que dá voltas na sombra. Nossa única certeza é que será sempre a mesma sombra – o que não é uma certeza, é um terror.

Na nossa fome de coordenadas no tempo nos convencemos até que dias da semana têm características. Que uma terça-feira, por exemplo, não serve para nada. Que terça é o dia mais sem graça que existe, sem a gravidade de uma segunda – dia de remorso e decisões – e o peso da quarta, que centraliza a semana. Gostaríamos que passar pelos dias fosse como passar por meridianos e paralelos, a evidência de estarmos indo numa direção, não entrando e saindo da mesma sombra. Não passando por cada domingo com a nítida impressão de que já estivemos aqui antes.

Já que não há coordenadas e pontos fixos no tempo, contentemo-nos com as metáforas fáceis. Este nosso milênio se estende como um imenso pergaminho à nossa frente, esperando para ser preenchido. Podemos escolher nosso destino, desenhar nossos próprios meridianos e paralelos e prováveis novos mundos. É verdade que a passagem do tempo não se mede apenas pelo retorno aos domingos, também se mede pela degradação orgânica, e que a cada domingo estaremos mais perto daquela sombra que nunca acaba... Nenhum de nós chegará muito longe neste milênio. Mas é bom saber que ele está, aqui, quase inteiro, sempre à nossa espera.

(Adaptado de VERISSIMO, Luis Fernando. Em algum lugar do paraíso . São Paulo: Objetiva, 2011, p. 7)


A metáfora fácilque se representa no 3° parágrafo consiste em se imaginar que


A) o tempo que nos aguarda é inapelavelmente o de uma degradação orgânica, tal como se deu em outros milênios.

B) a passagem do tempo lembra-nos a mesma sensação de repetição que experimentamos a cada domingo que vivemos.

C) o nosso destino é como uma folha em branco na qual se imprimirão as coordenadas que desejamos dar a nossas vidas.

D) as coordenadas e pontos fixos no tempo sugerem um pergaminho onde se acusa com nitidez o rumo de nossas vidas.

E) o milênio que estamos a viver assemelha-se a um espaço infinito onde já está marcado o valor da nossa existência.


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