Procura

PortuguêsSignificação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. (5)


EXERCÍCIOS - Exercício 299

  • (VUNESP 2013)

Leia o texto para responder às questões de números 01a 06.

Mágicas e exatas

Ruy Castro
Conheço gente que trocou de profissão, de ideologia política, de nacionalidade, mas continuou firme na preferência quanto ao clube de futebol. E houve outro quesito que, em certa época, disputou com o futebol essa fidelidade carnívora - quando tivemos de trocar a máquina de escrever pelo computador.
Foi em meados dos anos 80. Éramos felizes com nossas Remingtons e Olivettis, até que uma pressão vinda de todos os lados começou a nos empurrar para o computador doméstico. Muitos resistimos à novidade, como quem defende a bandeira do seu clube. No meu caso, fiquei firme até 1988, quando dois amigos me confessaram sua conversão àquele aparelho silencioso, que permitia reescrever e mover frases e parágrafos sem o cansativo recurso de bater xis , cobrir de tinta e fazer a emenda à mão ou à máquina.
Por causa deles, aderi. Afinal, pensei, estava apenas trocando uma máquina de escrever por outra. E quer saber? Nunca me arrependi. Acho até que a geringonça me salvou a vida, permitindo-me produzir com metade do esforço e o dobro da velocidade. Minha Remington foi para um armário, onde está até hoje, há anos sem a esmola de um olhar.
Um livro enviado por uma amiga, no entanto, me fez repensar o caso: o delicioso “Retratos Parisienses”, com entrevistas e perfis de escritores e pintores franceses por Rubem Braga. Logo nas primeiras páginas, reproduz-se um original de Rubem - uma página datilografada, sobre seu encontro com Jean-Paul Sartre, estupidamente bem escrita e quase sem emendas.
Era possível escrever à máquina, de primeira, sem erros e já com as palavras mágicas e exatas. Bastava ser Rubem Braga.
( Folha de S.Paulo. 18.03.2013. Adaptado)

Com base nas ideias do autor, pode-se concluir que



A) não houve quem resistisse à novidade, e o computador foi logo de início adotado pelos escritores em substituição às máquinas de escrever.


B) o computador foi desprezado por Rubem Braga, que entendia tratar-se apenas de trocar uma máquina por outra, e continuou a escrever à máquina.


C) apesar da novidade que representava o computador, apenas a máquina de escrever possibilitava que fossem redigidos textos sem erros.


D) não é o computador ou a máquina de escrever o que determina o bom resultado da escrita, mas sim o talento e o cuidado de quem escreve.


E) Rubem Braga, mesmo sem computador, escreveu para os contatos em Paris cartas perfeitas, sem erros ou correções.



Próximo:
EXERCÍCIOS - Exercício 300

Vamos para o Anterior: Exercício 298

Tente Este: Exercício 205

Primeiro: Exercício 1

VOLTAR ao índice: Português






Cadastre-se e ganhe o primeiro capítulo do livro.
+