FilosofiaDiversos
- (CESPE 2013)
Kant, no campo da razão prática, estimou positivamente os préstimos do senso comum. Ele, de fato, declarou na Crítica da razão pura : “A mais alta filosofia, em relação aos fins essenciais da natureza humana, não pode levar mais longe do que a direção apontada pelo senso comum”. E, na Fundamentação da metafísica dos costumes , seção I, ele afirmou: “E aqui não nos podemos furtar a certa admiração ao ver como, no senso comum, a capacidade prática de julgar se avantaja tanto sobre a teórica (...). No campo prático (discernimento do dever), a capacidade de julgar do senso comum mostra suas vantagens quando exclui das leis práticas os impulsos sensíveis. Ele se torna, então, sutil; (...) e — o que é sumamente importante — pode, nesse caso, esperar ser bem-sucedido na tarefa de determinar o valor das ações, tão bem quanto qualquer filósofo; mais ainda, pode proceder com maior segurança do que este, porque o filósofo, não dispondo de outros princípios diferentes do senso comum, pode ser facilmente perturbado e desviado do reto caminho por uma multiplicidade de considerações estranhas ao caso”.
I. Kant. apud Arcângelo R. Buzzi. Introdução ao pensar . Petrópolis: Vozes, 13.ª ed., 1984, p. 102-3.
No tocante às ideias expostas no texto acima, assinale a opção correta.
A) Na compreensão dos fins da natureza humana, a filosofia vai mais longe que o senso comum, segundo Kant.
B) O senso comum, no pensamento de Kant, tem um alto valor positivo no campo das discussões teóricas (sobre o conhecimento), e não no campo das decisões práticas (sobre o agir).
C) Pode-se interpretar o senso comum kantiano, no campo da razão prática, como próxima à noção de bom senso, introduzida por Descartes.
D) Segundo Kant, o filósofo está em condições melhores de julgar as questões imediatas da vida prática do homem do que o homem que segue com bom senso as noções do senso comum sobre os fins do viver humano.
E) De acordo com Kant, no campo da vida prática, o senso comum é grosseiro e, por isso, incapaz de julgar bem em face das sutilezas das decisões humanas.
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