PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (28)
- (Máxima 2022)
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CAXIAS DO SUL
Leia abaixo a redação de Larissa Freisleben, que recebeu nota mil no Enem.
Publicidade Infantil: perigoso artifício
Uma criança imitando os sons emitidos por porcos já foi atitude considerada como falta de educação. No entanto, após a popularização do programa infantil "Peppa Pig", essa passou a ser uma cena comum no Brasil. O desenho animado sobre uma família de porcos falantes não apenas mudou o comportamento dos pequenos como também aumentou o lucro de uma série de marcas que se utilizaram do encantamento infantil para impulsionar a venda de produtos relacionados ao tema. Peppa é apenas mais um exemplo do poder que a publicidade exerce sobre as crianças.
Os nazistas já conheciam os efeitos de uma boa publicidade: são inúmeros os casos de pais delatados pelos próprios filhos − o que mostra a facilidade com que as crianças são influenciadas. Essa vulnerabilidade é maior até os sete anos de idade, quando a personalidade ainda não está formada. Muitas redes de lanchonetes, por exemplo, valem-se disso para persuadir seus jovens clientes: seus produtos vêm acompanhados por brindes e brinquedos. Assim, muitas vezes a criança acaba se alimentando de maneira inadequada na ânsia de ganhar um brinquedo.
A publicidade interfere no julgamento das crianças. No entanto, censurar todas as propagandas não é a solução. É preciso, sim, que haja uma regulamentação para evitar a apelação abusiva − tarefa destinada aos órgãos responsáveis. No caso da alimentação, a questão é especialmente grave, uma vez que pesquisas mostram que os hábitos alimentares mantidos até os dez anos de idade são cruciais para definir o estilo de vida que o indivíduo terá quando adulto. Uma boa solução, nesse caso, seria criar propagandas enaltecendo o consumo de frutas, verduras e legumes. Os próprios programas infantis poderiam contribuir nesse sentido, apresentando personagens com hábitos saudáveis. Assim, os pequenos iriam tentar imitar os bons comportamentos.
Contudo, nenhum controle publicitário ou bom exemplo sob a forma de um desenho animado é suficiente sem a participação ativa da família. É essencial ensinar as crianças a diferenciar bons produtos de meros golpes publicitários. Portanto, em se tratando de propaganda infantil, assim como em tantos outros casos, a educação vinda de casa é a melhor solução.
(Texto publicado na folha de São Paulo)
Geralmente nesse tipo de texto, há uma proposta de intervenção. A autora deixa como proposta:
A) A proibição da publicidade infantil no que se refere a produtos alimentícios.
B) A participação mais ativa da família no que diz respeito ao que deve ou não ser aderido pela criança e atenção às armadilhas implícitas nas publicidades.
C) A participação exclusiva da propaganda utilizando personagens com hábitos saudáveis já é o suficiente.
D) A determinação de horários para certos tipos de propagandas, principalmente as infantis.
Próximo:
EXERCÍCIOS - Exercício 449
Vamos para o Anterior: Exercício 447
Tente Este: Exercício 435
Primeiro: Exercício 1
VOLTAR ao índice: Português