Procura

PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (14)


EXERCÍCIOS - Exercício 240

  • (FCC 2019)

Atenção : Para responder a questão, baseie-se no texto abaixo.

Os debates travados na Câmara e pela imprensa em torno da Lei do Ventre Livre fizeram da emancipação dos escravos uma questão nacional. O projeto do governo foi apresentado à Câmara em 12 de maio de 1871. Para alguns, o projeto era avançado demais, para outros, excessivamente tímido. Os defensores do projeto usaram argumentos morais e econômicos. Argumentavam que o trabalho livre era mais produtivo que o escravo. Diziam que a existência da escravidão era uma barreira à imigração, pois que os imigrantes recusavam-se a vir para um país de escravos. A emancipação abriria as portas à tão desejada imigração. Usando de argumentos morais, denunciavam os que, em nome do direito de propriedade, defendiam a escravidão e se opunham à aprovação do projeto. Não era legítimo invocar o direito de propriedade em se tratando de escravos. “Propriedade de escravos” − dizia Torres Homem, político famoso, homem de cor e de origens modestas que chegara ao Senado depois de brilhante carreira – “era uma monstruosa violação do direito natural.” “A maioria dos escravos brasileiros” − afirmava ele − “descendia de escravos introduzidos no país por um tráfico não só desumano como criminoso. Nada pois mais justo que se tomassem medidas para acabar com a escravidão.”

Em contrapartida, os mais arraigados defensores da escravidão consideravam o projeto uma intromissão indébita do governo na atividade privada. Argumentavam que o projeto ameaçava o direito de propriedade garantido pela Constituição. Segundo a prática, que datava do período colonial, o filho de mãe escrava pertencia ao senhor. Qualquer lei que viesse a conceder liberdade ao filho de escrava era, pois, um atentado à propriedade e, o que era pior, abria a porta a todas as formas de abusos contra esse direito. Acusavam o projeto de ameaçar de ruína os proprietários e de pôr em risco a economia nacional e a ordem pública. Diziam ainda que, emancipando-se os filhos e mantendo os pais no cativeiro, criar-se-iam nas senzalas duas classes de indivíduos, minando, dessa forma, a instituição escravista pois não tardaria muito para que os escravos questionassem a legitimidade de sua situação.

(Adaptado de: COSTA, Emília Viotti da. A Abolição . São Paulo: Editora Unesp, 2010, p. 49-52)


Considere as afirmações abaixo.

I. De acordo com a autora, o texto do projeto apresentado à Câmara era ambíguo.

II. Os defensores do projeto argumentavam que o direito à propriedade não era um direito legítimo.

III. Os opositores do projeto argumentavam que este contrariava um direito assegurado pela Constituição.

Está correto o que se afirma APENAS em




A) III.

B) I.

C) II.

D) I e II.

E) II e III.


Próximo:
EXERCÍCIOS - Exercício 241

Vamos para o Anterior: Exercício 239

Tente Este: Exercício 28

Primeiro: Exercício 1

VOLTAR ao índice: Português






Cadastre-se e ganhe o primeiro capítulo do livro.
+
((ts_substr_ig=0.00ms))((ts_substr_id=6.39ms))((ts_substr_m2=0.00ms))((ts_substr_p2=0.75ms))((ts_substr_c=1.99ms))((ts_substr_im=0.97ms))
((total= 10ms))