PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (14)
- (FCC 2019)
Rubem Braga, o cronista
Rubem Braga (1913-1990) foi o maior cronista deste país. Não será favor nenhum dizer que foi também um dos nossos maiores escritores, conquanto não tenha escrito praticamente nada além de crônicas. O irônico está em que o gênero da crônica é justamente aquele onde se costuma celebrar a transitoriedade do tempo, a anedota passageira, o pensamento arisco – nada muito durável. Mas Braga passou por cima disso e escreveu crônicas que não envelhecem.
Talvez o fato de se dedicar exclusivamente a esse gênero explique um pouco da excelência a que chegou, mas faltaria muito ainda a ponderar: como é que deu uma forma de vida permanente ao que devia ser efêmero? Onde foi buscar grandeza para cunhar o que é pequeno? Que altura poética conseguiu dar a uma prosa que corre limpa e elegante, mas em tom de conversa?
O segredo da potência das crônicas de Rubem Braga terá morrido com ele. Mas elas sobrevivem por conta do gênio dele, que desperta a cada vez que batemos os olhos numa linha, num parágrafo, numa página sua. Cada crônica do velho Braga tem a intensidade da vida que nos surpreende a cada momento .
(Teobaldo Ramires, inédito)
Entre as qualidades do cronista Rubem Braga referidas no 2° parágrafo estão a
A) contornada excelência de linguagem e a pobreza deliberada de recursos de estilo.
B) transformação da poesia em prosa simplória e o tom dissimulado de conversa.
C) perpetuação do momento passageiro e a conversão do menor em maior.
D) redução da prosa a uma poesia francamente ingênua e o culto da grandeza retórica.
E) exploração das características da crônica tradicional e a obsessão pelo épico.
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