PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (13)
- (FCC 2019)
Tempo é dinheiro
O primeiro relógio mecânico de que se tem registro - um artefato movido pelo escoamento da água sobre uma roda - foi inventado no século VIII por um matemático e monge budista chinês chamado Yi Xing. Mas, quando os missionários jesuítas portugueses introduziram na China, no século XVI, o relógio mecânico acionado por pesos e cordas, a novidade provocou sensação e assombro na corte imperial. Mais do que qualquer outra novidade tecnológica europeia, o aparelho deslumbrou os até então reticentes chineses não só pelo engenho e precisão, mas como fonte de enlevo e contemplação.
Os relógios europeus foram recebidos pelos chineses como um convite, um estímulo à meditação sobre o fluxo da existência, e foram tratados como verdadeiros brinquedos metafísicos. Jamais lhes ocorreu, porém, a ideia de tirar proveito daquele dispositivo visando disciplinar a jornada de trabalho, impor o ritmo dos negócios ou pautar a circulação das riquezas entre os consumidores.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos . São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 154)
Ao observar os primeiros registros históricos de relógios mecânicos, o autor acredita que
A) a primazia dessa invenção deve caber, inquestionavelmente, aos missionários jesuítas portugueses, que para construir seu artefato valeram-se de pesos e cordas.
B) os chineses foram os primeiros a compreender as consequências que traria para a vida moderna a invenção do relógio mecânico introduzido na China no século XVI.
C) a relação que os chineses do século XVI estabeleceram com o artefato dos missionários portugueses era de fundo filosófico e poético, em nada pragmático.
D) os missionários portugueses criaram um poderoso artefato mecânico sem suspeitar que ele pudesse ter qualquer repercussão na vida prática e no mundo dos negócios.
E) a consequência imediata da invenção do relógio português foi o abandono de qualquer reflexão humana sobre o tempo que não estivesse associada ao mundo dos negócios.
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