PortuguêsConcordância verbal concordância nominal (2)
- (FCC 2013)
O maior, o melhor
Há algum tempo um jornal de grande circulação promoveu uma enquete para saber qual é o maior escritor brasileiro, se Machado de Assis ou se Guimarães Rosa. Parece que antes de mais nada já não haveria qualquer dúvida sobre os dois maiores, cabendo apenas hierarquizá-los. Essa mania de o maior , o melhor está cada vez mais incorporada ao competitivo mundo moderno. Trata-se de eleger logo um absoluto,um superlativo, numa espécie de torneio promovido a propósito de tudo: o melhor cantor, o melhor atacante, o maior empresário, o maior bandido...
Muito sabiamente, o poeta Manuel Bandeira resolveu logo a parada, declarando-se já de saída um “poeta menor”, e ainda pediu desculpas por isso. Convivendo com a tuberculose desde adolescente, nosso poeta conviveu também com a alta probabilidade de uma morte precoce − e a morte, como se sabe, costuma relativizar tudo. Ela não respeita nem os maiores, nem os melhores. Qualquer hierarquia perde o sentido diante dela. E justamente por se saber “menor”, isto é, mortal, humano,falível, limitado, o poeta Manuel Bandeira acabou fazendo de suas pequenas experiências uma grande e comovente poesia.
Ele poderia ser exemplo para todos os que corremos atrás do primeiro lugar, do prêmio máximo, do recorde mundial. Essa tolice de achar que a felicidade está no topo do Everest e em nenhum outro lugar alimenta a máquina de ansiosos em que a nossa sociedade se converteu. Quem fica de olho no máximo perde toda a graça do mínimo, que é onde, afinal, se aloja a felicidade possível. Os pequenos momentos, os detalhes da afetividade, as palavras simples e necessárias, os gestos minúsculos mas imprescindíveis jamais ganharão um prêmio Nobel. E no entanto está nessa aparente pequenez, não tenho dúvida, o que pode dar sentido à nossa vida.
(Agostinho Rubinato, inédito )
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do PLURAL para preencher adequadamente a lacuna da frase:
A) Nem Everest, nem recorde mundial, nenhuma obsessão dessas ...... ( dever) levar-nos a uma luta ingente e, quase sempre, inglória.
B) Às pequenas coisas do cotidiano, aos versos simples é que se ...... ( dedicar ), em suas obras-primas, o poeta Manuel Bandeira.
C) O mérito e a importância de um prêmio como o Nobel não ...... (caber ) discutir, mas não há por que desmerecer quem nunca o ganhou.
D) A um poeta como Manuel Bandeira jamais ...... (ter ) atormentado aquelas visões da glória que tantos perseguem obstinadamente.
E) As competições a que se ...... (lançar ), em nossos dias, todo e qualquer postulante à fama jamais sensibilizaram nosso grande lírico.
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