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PortuguêsConcordância verbal concordância nominal (2)


EXERCÍCIOS - Exercício 194

  • (FCC 2014)

Nosso jeitinho

Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil, lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade − entre várias − de se adaptar aos nossos costumes. “Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”, explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em tudo, desde fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir que o primo do amigo do chefe da seção regional da Secretaria de Alimentos convença este último a influenciar o Diretor no despacho de um processo”.

Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa “informalidade” − que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema – também batizado pelos sociólogos como o do “favor” − não deixa de ser simpático, embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que jamais foram morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta Drummond tratou da questão no poema “Explicação”, em que diz a certa altura: “E no fim dá certo”. Essa conclusão aponta para uma espécie de providencialismo místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando com nosso modo tão jeitoso de viver.

É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a solução do jeitinho: a informatização de tudo, a rapidez da mídia, a divulgação instantânea nas redes sociais, tudo se encaminha para alguma transparência, que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se formaliza de algum modo − e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado, comprometido o seu anonimato e perdendo força aquela simpática clandestinidade que sempre o protegeu. Mas há ainda muita gente que acha que nós, os brasileiros, com nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito de contornar esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu a esperança .

(Abelardo Trabulsi, inédito )


O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o termo sublinhado na frase:


A) Informalidade, sistema de favor, jeitinho, muitas são as denominações que se ( aplicar ) a um mesmo fenômeno social.

B) As soluções postas em prática pelo jeitinho brasileiro não ( deixar ) de intrigar os estrangeiros, que não entendem tamanha informalidade.

C) Mesmo os brasileiros a quem que não ( ocorrer ) valer-se do jeitinho sabem reconhecê-lo como uma prática social até certo ponto legítima.

D) Os avanços da tecnologia, sobretudo os da informática , ( conspirar ) contra a prática tradicional do jeitinho brasileiro.

E) Acredita-se que a transparência dos meios de comunicação ( tender ) a se converter numa espécie de inimiga mortal da informalidade.


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