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PortuguêsRedação - reescritura de texto


EXERCÍCIOS - Exercício 154

  • (FCC 2017)

Atenção : Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Quando confrontada a duas teorias – uma simples e outra complexa – para explicar um problema, a maior parte das pessoas não hesita em favorecer a primeira, também qualificada como elegante. “Em muitos casos, porém, a complexa pode ser mais interessante”, lembra o filósofo Marco Zingano, da Universidade de São Paulo. Segundo ele, a escolha é natural na cultura ocidental contemporânea porque o pensamento dessas civilizações foi moldado por Aristóteles e Platão, os filósofos de maior destaque na Grécia Antiga, para quem a metafísica da unidade tinha como paradigma a simplicidade.

Levado ao pé da letra, o resgate puramente historiográfico das contribuições da Antiguidade pode parecer folclórico diante do conhecimento atual. Mas, mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão está presente na forma como o pensamento governa os hábitos intelectuais da civilização atual.

Um dos problemas que ocuparam Platão e Aristóteles foi a acrasia, que leva uma pessoa a tomar uma atitude contrária à que sabe ser a correta. Se está claro, por exemplo, que uma moderada dose diária de exercícios é suficiente para prevenir uma série de doenças graves e trazer benefícios à saúde, por que alguém optaria por passar horas deitado no sofá e se locomover apenas de carro? Para Sócrates, a resposta era simples: guiado pela razão, o ser humano só deixa de fazer o que é melhor se lhe faltar o conhecimento.

Platão discordava, e resolveu o dilema dividindo a alma em três partes: um par de cavalos alados conduzidos por um cocheiro que representa uma delas, a razão. Um dos cavalos, arredio, só pode ser controlado a chicotadas e representa os apetites. O outro é a porção irascível da alma. É o impulso, em geral obediente à razão, mas que pode levar a decisões impetuosas em determinadas situações. “O que determina as ações seriam fontes distintas de motivação”, observa Zingano. Platão pensou o conflito como interno à alma, dando lugar à acrasia. Já Aristóteles dedicou um livro de sua Ética ao fenômeno.

Aristóteles e Platão tiveram um papel importante – e persistente – porque foram grandes sistematizadores do conhecimento. Eles procuraram domar conceitos diversos do Universo, do corpo e da mente, entender seu funcionamento e deixar registrado para uso futuro. Resgatar esses textos, explica Zingano, é uma busca da compreensão de como a cultura ocidental descreve o mundo e enxerga a si mesma ainda hoje.

(Adaptado de: GUIMARÃES, Maria. Disponível em: revistapesquisa.fapesp.br )


A frase correta, reescrita a partir de uma passagem do texto, encontra-se em:


A) Sabendo-se que uma moderada dose diária de exercícios seriam suficientes na prevenção de uma série de doenças com benefícios para a saúde, não se entende porque alguém preferiria se locomover apenas de carro.

B) Diante do conhecimento atual o resgate, puramente historiográfico, das contribuições da Antiguidade entendidos ao pé da letra, pode parecer folclórico.

C) À medida que discordava, Platão dividiu a alma em três partes para resolver o dilema, sendo que, uma delas – a razão – era representada por um par de cavalos alados conduzidos por um cocheiro.

D) Platão e Aristóteles ocuparam-se da acrasia, um dos problemas que levam uma pessoa à atitudes contrárias ao que se sabe ser correto.

E) O outro, o impulso, representa a porção irascível da alma e costuma obedecer à razão, mas, em determinadas situações, pode levar a decisões impetuosas.


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