PortuguêsRedação - reescritura de texto
- (FCC 2016)
Um estudo publicado por um instituto de pesquisas indica que o debate político nas redes sociais mobiliza paixões, mas, na
prática, resulta em quase nenhum entendimento, porque o ambiente virtual convida ao confronto irracional e à manutenção
irredutível de opiniões − o que é a negação da política. O estudo evidencia que o melhor da política, entendida como a atividade por
meio da qual se convence o outro a aderir a determinado ponto de vista, manifesta-se em sua plenitude principalmente no contato
pessoal, olho no olho, situação em que os argumentos tendem a prevalecer aos punhos.
A pesquisa em questão foi feita nos Estados Unidos, mas pode-se presumir que seus resultados sirvam para o cenário
brasileiro. Lá como cá, não é incomum que amigos rompam relacionamentos em razão da defesa de posições conflitantes.
De acordo com o instituto, 59% dos entrevistados disseram que as interações com quem sustenta pontos de vista divergentes
nas redes sociais costumam ser “estressantes” − porque envolvem linguagem ofensiva e porque, muitas vezes, representam a
possibilidade de ruptura com pessoas conhecidas − e “frustrantes” − uma vez que o outro lado não apresenta nenhuma disposição de
ceder e não se extrai da conversa nada que se possa considerar aceitável para reflexão. Para 84%, as pessoas dizem nas redes
sociais coisas que provavelmente não diriam numa discussão política travada numa conversa pessoal.
Para não perder os amigos por conta das paixões políticas, a maioria dos usuários das redes sociais diz que quando
conhecidos postam comentários políticos dos quais discordam é melhor ignorá-los a alimentar uma discussão que, no mais das vezes,
resulta em tensão.
Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo envolvimento político disse interagir nas redes
sociais para defender seus pontos de vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes no debate.
Logo, não se trata de descartar as redes sociais como lugar para o debate político, pois é evidente que, especialmente entre os
mais jovens, a interação virtual tornou-se a principal forma de comunicação. No entanto, por ora o que se tem não pode ser
classificado de debate, mas de guerra.
(Adaptado de: A política nas redes sociais. O Estado de São Paulo , p. A3, 6/11/16)
Uma redação alternativa para um segmento do texto, em que se mantêm a correção e, em linhas gerais, o sentido original, está em:
A) Muito embora as interações entre os que sustentam opiniões divergentes nas redes sociais são classificadas como estressantes e frustrantes, envolvem certo grau de agressividade e nada de profícuo para a reflexão é extraído da conversa.
B) Considera-se estressantes e frustrantes as interações entre os que sustentam opiniões divergentes nas redes sociais, que envolvem certo grau de agressividade, além de nada de profícuo para a reflexão ser extraído da conversa.
C) As interações entre os que sustentam opiniões divergentes nas redes sociais são consideradas estressantes, por envolverem certo grau de agressividade, e frustrantes, na medida em que nada de profícuo para a reflexão deriva da conversa.
D) As interações entre os que sustentam opiniões divergentes nas redes sociais, conquanto consideradas estressantes ao envolverem certo grau de agressividade, e frustrantes, uma vez que não extrai-se nada de útil para a reflexão da conversa.
E) Opiniões divergentes nas redes sociais, envolvendo certo grau de agressividade na interação, que estressa e frustra, uma vez que, além disso, não se extrai da conversa nada de profícuo para a reflexão.
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