HistóriaFundamentos da história : tempo memória e cultura
- (NUCEPE 2020)
TESE VIII
A tradição dos oprimidos ensina-nos que o “estado de exceção” em que vivemos é a regra. Temos de chegar a um conceito de história que corresponda a essa ideia. Só então se perfilará diante dos nossos olhos, como nossa tarefa, a necessidade de provocar o verdadeiro estado de exceção; e assim a nossa posição na luta contra o fascismo melhorará. A hipótese de ele se afirmar reside em grande parte no fato de seus opositores o verem com uma norma histórica, em nome do progresso. O espanto por as coisas a que assistimos “ainda” poderem ser assim no século vinte não é espanto filosófico. Ele não está no início de um processo de conhecimento, a não ser o de que a ideia de história de onde provém não é sustentável. (BENJAMIN, Walter. O anjo da história. Belo Horizonte: Autentica Editora, 2016, p.13.)
Segundo Michael Lowy (2005), estamos acostumados a classificar as diferentes teorias da história conforme seu caráter progressista e conservador, revolucionário ou nostálgico em relação ao passado. Esse tipo de etiqueta não se aplicaria ao pensamento de Walter Benjamim, para o qual
A) existiria uma concepção de história, fundamentada na noção de progresso, democracia, liberdade e paz para a qual o fascismo seria uma ameaça constante.
B) existiria uma concepção de história, produzida a partir do ponto de vista dos oprimidos, para quem o fascismo não é uma exceção, mas apenas a condição mais violenta de uma realidade de opressão de classe.
C) o materialismo histórico, representado pelos ideólogos da II e III internacional, era a única força capaz de realizar uma interpretação correta da história e lutar contra a visão dos opressores.
D) para se ganhar a guerra contra o opressor, o materialismo histórico necessitaria realizar uma interpretação correta da história, distanciando-se da teologia, aspecto prejudicial à compreensão do desenvolvimento das forças produtivas.
E) o messianismo e o materialismo histórico não poderiam estabelecer uma relação dialética para a compreensão da história, pois enquanto o primeiro se volta para as experiências práticas, o segundo contempla as verdades eternas.
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