Procura

PortuguêsFiguras de linguagem


EXERCÍCIOS - Exercício 297

  • (KLC 2014)

Para quem aprender a gostar
Talvez seja tão simples, tolo e natural, que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu amor! Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender.
Tenho visto muito amor por aí. Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva. Mas esbarram na dificuldade de se tornarem bonitos. Apenas isso: bonitos, belos e embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
Aí, esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados apenas e tão-somente porque não sabem ser bonitos: cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender; necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se der razões. Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor. Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira. Ter razão é um perigo: em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão.
Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito? De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer. Quem espera mais do que isso sofre e, sofrendo, deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança. E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.
(Arthur da Távola. Alguém que já não fui . Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985.)

Assinale a alternativa que melhor interpreta a metáfora: “Amores levados com arte e ternura de mãos de jardineiras.”


A) Amores tratados com mãos carinhosas, que cuidam de seu crescimento continuamente.

B) Amores cultivados com beleza e constrição, definindo a perspectiva de vida da relação.

C) Amores jubilados pela relação cautelosa da ternura execrável que as mãos do tempo torna bonita.

D) Amores esculpidos com arte rupestre de cautelosas mãos servis de idôneo porvir.

E) Amores talhados em estrelas cadentes como as construções virtuais dos sonhos.


Próximo:
EXERCÍCIOS - Exercício 298

Vamos para o Anterior: Exercício 296

Tente Este: Exercício 474

Primeiro: Exercício 1

VOLTAR ao índice: Português






Cadastre-se e ganhe o primeiro capítulo do livro.
+
((ts_substr_ig=0.00ms))((ts_substr_id=8.76ms))((ts_substr_m2=0.00ms))((ts_substr_p2=0.83ms))((ts_substr_c=2.06ms))((ts_substr_im=1.01ms))
((total= 13ms))