PortuguêsSintaxe
- (IBADE 2018)
Texto para responder a questão.
A era do descartável: seu lixo diz muito sobre você
Imagine se um dia todos os lixeiros de sua cidade
decidirem não trabalhar. O caos será generalizado,
se a greve se prolongar e, talvez só assim, esses
profissionais serão valorizados pela população. O
serviço social da limpeza urbana é imensurável: trata-se
de saúde, segurança e conforto público.
De uns anos para cá, o poder aquisitivo das
famílias brasileiras tem aumentado. Ao consumir
mais, produzimos mais lixo . Fato! Em 2013, foram
três milhões de toneladas a mais em relação ao ano
anterior - o que significa um aumento de 4,1%. O
Brasil é o quinto país que mais produz lixo no mundo.
Frequentemente vejo - no trabalho, na faculdade,
na rua - pessoas jogando embalagens descartáveis
com a maior naturalidade. Já faz parte do cotidiano:
ficou com sede? Passa lá na copa do escritório, saca
um copo descartável, toma um gole de água e...
LIXO! Daqui uma hora a história se repete. A
naturalidade destes hábitos e a quantidade de lixo
que produzimos dizem muito sobre nós.
Somos seres que vivem em uma correria louca,
onde a comida rápida e pronta é praticamente
essencial, onde sobra pouco tempo para refletir e até
mesmo para colocar em prática aquilo que
acreditamos, onde o consumo é muito valorizado e
lavar um copo é desnecessário.
Conheci, há dois anos, uma mulher na faixa dos
trinta que morava sozinha. Ela trabalhava durante o
dia e frequentava a academia três vezes por semana.
Quando fui à casa dela, logo me alertou: não tem
pratos, talheres ou copos. “É tudo de plástico, para eu
não precisar lavar!”, explicou. Fiquei um tanto quanto
chocada.
Com a mesma naturalidade e nesta mesma
época, descartei por alguns meses os copos do café
que comprava diariamente ao lado da faculdade, no
Starbucks. “O copo é feito de papel e pode ser
facilmente reciclado”, pensava eu. Depois de um
período, o hábito começou a me incomodar - e não foi
pouco. Até tentei levar uma caneca, mas era muito
pesada e ocupava muito espaço em minha bolsa.
Minha presença na lojinha passou a ser evento mais
raro.
Este ano resolvi experimentar uma composteira
caseira. Aqueles minhocários práticos, pensados
para quem vive como nós: na correria, sem espaço e
etc. Estou adorando a experiência. Tudo que é lixo orgânico jogo lá. Tenho um professor que jura que
suas minhocas comem até carne. Eu nunca tentei.
Mas parece mágica: nada de cheiro ruim ou de demora. Em alguns meses seu adubo está pronto.
Como matéria seca, que é preciso colocar em
proporção aos orgânicos, recorto a caixa de pizza em
pedacinhos - e, assim, reciclo sua embalagem em
casa mesmo. Então, se é para pedir comida em casa,
eu já sei: pizza do restaurante ao lado.
Alguns podem pensar: “Besteira, a prefeitura
recolhe o lixo, recicla e dá destino correto. Porque iria
me esforçar tanto para reduzir meu lixo?”. Aí, meu
amigo, vai de cada um. Mas a reflexão é importante
(...).
PS: os três famosos “Rs” da sustentabilidade são
claros: reduza, reutilize, recicle. A opção da
reciclagem é ótima, mas é a última medida a ser
tomada.
Jéssica Miwa (Disponível em: thegreensestpost.com) Acesso em
14/03/2018.
A oração reduzida em: “É tudo de plástico, PARA EU NÃO PRECISAR LAVAR!” está corretamente desenvolvida em:
A) para que eu não precisaria lavar!
B) assim que eu não precisasse lavar!
C) para que eu não precise lavar!
D) quando eu não preciso lavar!
E) porque eu não precise lavar!
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