PortuguêsUso da vírgula
- (FCC 2015)
Preconceitos
Preconceitos são juízos firmados por antecipação; são
rótulos prontos e aceitos para serem colados no que mal conhecemos.
São valores que se adiantam e qualificam pessoas, gestos,
ideias antes de bem distinguir o que sejam. São, nessa
medida, profundamente injustos, podendo acarretar consequências
dolorosas para suas vítimas. São pré-juízos. Ainda assim,
é forçoso reconhecer: dificilmente vivemos sem alimentar e
externar algum preconceito.
São em geral formulados com um alcance genérico: “o
povo tal não presta”, “quem nasce ali é assim”, “música clássica
é sempre chata”, “cuidado com quem lê muito” etc. Dispensamnos
de pensar, de reconhecer particularidades, de identificar a
personalidade própria de cada um. “Detesto filmes franceses”,
me disse um amigo. “Todos eles?” − perguntei, provocador.
“Quem viu um já viu todos”, arrematou ele, coroando sua forma
preconceituosa de julgar.
Não confundir preconceito com gosto pessoal. É verdade
que nosso gosto é sempre seletivo, mas ele escolhe por um critério
mais íntimo, difícil de explicar. “Gosto porque gosto”, dizemos
às vezes. Mas o preconceito tem raízes sociais mais fundas:
ele se dissemina pelas pessoas, se estabelece sem
apelação, e quando damos por nós estamos repetindo algo que
sequer investigamos. Uma das funções da justiça institucionalizada
é evitar os preconceitos, e o faz julgando com critério e
objetividade, por meio de leis. Adotar uma posição racista, por
exemplo, não é mais apenas preconceito: é crime. Isso significa
que passamos, felizmente, a considerar a gravidade extrema
das práticas preconceituosas.
(Bolívar Lacombe , inédito )
O emprego das vírgulas está plenamente adequado na frase:
A) No segundo parágrafo, ao se valer de frases do cotidiano, o autor exemplifica, e com muita propriedade, diga-se, vários casos em que um suposto falante expressa pontos de vista inteiramente preconceituosos.
B) No segundo parágrafo ao se valer de frases do cotidiano, o autor exemplifica, e com muita propriedade diga-se, vários casos em que, um suposto falante expressa pontos de vista inteiramente preconceituosos.
C) No segundo parágrafo, ao se valer, de frases do cotidiano, o autor exemplifica e com muita propriedade, diga-se, vários casos, em que um suposto falante expressa pontos de vista inteiramente preconceituosos.
D) No segundo parágrafo, ao se valer de frases do cotidiano o autor exemplifica, e com muita propriedade, diga-se vários casos em que um suposto falante, expressa pontos de vista inteiramente preconceituosos.
E) No segundo parágrafo, ao se valer de frases do cotidiano, o autor exemplifica e com muita propriedade, diga-se, vários casos, em que um suposto falante, expressa pontos de vista inteiramente preconceituosos.
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