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PortuguêsTipologia textual e tipos de discurso: direto indireto e indireto livre.


EXERCÍCIOS - Exercício 114

  • (FIOCRUZ 2016)

O FUTURO NO PASSADO
1   Poucas previsões para o futuro feitas no passado se realizaram. O mundo se mudava do campo para as cidades, e era natural que o futuro idealizado então fosse o da cidade perfeita. Mas o helicóptero não substituiu o automóvel particular e só recentemente começou-se a experimentar carros que andam sobre faixas magnéticas nas ruas, liberando seus ocupantes para a leitura, o sono ou o amor no banco de trás. As cidades não se transformaram em laboratórios de convívio civilizado, como previam, e sim na maior prova da impossibilidade da coexistência de desiguais.
2  A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica que não poupam civis, mas não trouxe a democratização da prosperidade antevista. Mágicas novas como o cinema prometiam ultrapassar os limites da imaginação. Ultrapassaram, mas para o território da banalidade espetaculosa. A TV foi prevista, e a energia nuclear intuída, mas a revolução da informática não foi nem sonhada. As revoluções na medicina foram notáveis, certo, mas a prevenção do câncer ainda não foi descoberta. Pensando bem, nem a do resfriado. A comida em pílulas não veio - se bem que a nouvelle cuisine chegou perto. Até a colonização do espaço, como previam os roteiristas do “Flash Gordon”, está atrasada. Mal chegamos a Marte, só para descobrir que é um imenso terreno baldio. E os profetas da felicidade universal não contavam com uma coisa: o lixo produzido pela sua visão. Nenhuma previsão incluía a poluição e o aquecimento global.
3  Mas assim como os videntes otimistas falharam, talvez o pessimismo de hoje divirta nossos bisnetos. Eles certamente falarão da Aids, por exemplo, como nós hoje falamos da gripe espanhola. A ciência e a técnica ainda nos surpreenderão. Estamos na pré-história da energia magnética e por fusão nuclear fria.
4  É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um passo atrás, rumo ao irracional. Quanto mais perto a ciência chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal. E quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes sonhados, mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra do leigo.
(VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/07/2016, p. 15.)

Quanto à tipologia, o texto pode ser definido como:


A) predominantemente descritivo, pois procura transmitir a imagem que se pode ter da ciência hoje, em confronto com as previsões passadas.

B) em grande parte narrativo, por apresentar um relato com fatos concretos, cujo enredo põe em confronto dois personagens, o passado e o presente.

C) apenas injuntivo ou instrucional, por conter explicações e métodos para a concretização de uma ação, qual seja, os procedimentos que a ciência deve seguir para superar a ignorância.

D) predominantemente dissertativo/expositivo, pois contém uma explicação do estado da ciência hoje, considerando as previsões que foram feitas no passado, sem intenção de polemizar, mas apenas expor.

E) totalmente dissertativo/argumentativo, pois, fazendo uso de raciocínio lógico, manifesta o autor suas opiniões sobre o estado da ciência hoje, com o objetivo de convencer o leitor.


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