PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto
- (INSTITUTO AOCP 2018)
Texto II
O Medo
Em verdade temos medo.
Nascemos no escuro.
As existências são poucas;
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.
E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
Vadeamos.
Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.
Refugiamo-nos no amor,
Este célebre sentimento,
E o amor faltou: chovia,
Ventava, fazia frio em São Paulo.
Fazia frio em São Paulo...
Nevava. [...]
(Poema extraído da obra “A Rosa do Povo”. ANDRADE, Carlos Drummond de. Rio de Janeiro: José Olympio, 1945)
Em relação às ideias do texto II, assinale a alternativa correta.
A) O eu-lírico revela satisfação com o tempo presente e uma perspectiva futura otimista e de certezas, o que se expressa pelo verso “Refugiamo-nos no amor”.
B) Os versos “E fomos educados para o medo. /Cheiramos flores de medo. / Vestimos panos de medo.” consistem em uma extensão e complementação das ideias contidas nos versos que celebram a cidade de São Paulo.
C) Há um conflito entre o sujeito lírico, o leitor e o medo, uma vez que ter medo é uma ação que regula e limita a condição social do sujeito. Isso se expressa nos versos “As existências são poucas:/ Carteiro, ditador e soldado”.
D) O verso “E fomos educados para o medo” demonstra a necessidade de o ser humano se adequar à realidade externa, expressa nos versos “Nascemos no escuro./ As existências são poucas”
E) Compreende-se que a exclusão social origina-se do medo e do comportamento apavorante e melancólico dos indivíduos. Isso se comprova pelo verso “Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos.”.
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