PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (29)
- (FGV 2022)
Observe um trecho do discurso parlamentar do então deputado
Carlos Lacerda sobre o projeto de fixar-se o texto da carta testamento de Getúlio Vargas nas escolas públicas de São Paulo:
“Sr. Presidente:
O texto dessa carta, seja ela apócrifa ou não, é um texto de luta
política, é um texto de pronunciamento apaixonado que se atribui
a um homem no momento culminante da sua vida, isto é, no
momento em que deliberou dar-se morte por suas próprias mãos.
É um texto de paixão, é um texto de violência, é um texto que
consagra o suicídio como norma para a decisão da vida de um
homem. É, portanto, um texto, embora de autenticidade
duvidosa, ou ainda que autêntico, diria mesmo, precisamente se
autêntico, capaz de merecer o respeito até dos adversários
daquele a quem se atribui a autoria, mas nunca para ser afixado
e, muito menos, obrigatoriamente, nas escolas públicas de uma
cidade de qualquer país. Porque: primeiro, o texto dessa carta faz
o elogio do suicídio, o que não é, evidentemente, ensinamento a
legar, ou a impor, ainda menos a impor, às crianças que
frequentam as escolas públicas de uma cidade; segundo, é um
texto de combate, de polêmica política, é um texto de violento
revide, num momento de paixões desencadeadas dentro de uma
situação histórica determinada. Não é o documento básico de
uma nação. [....] É um texto, repito, cuja autenticidade está por
ser demonstrada; mas, demonstrada que fosse ou venha a ser,
não é, certamente, um texto para figurar nas paredes das escolas
públicas. Primeiro, porque faz o elogio, faz a apologia da violência
contra o próprio corpo pelo suicídio, solução extrema, solução que
respeito, mas que não posso ver recomendada às crianças do meu
País. E, ainda, porque o seu contexto, impregnado de paixão,
digamos legítima - aceitemos -, de paixão compreensível, de
revide mais do que respeitável até, mas de revide em todo o caso,
não deve figurar à porta sacrossanta das escolas em que se forma
a mentalidade das crianças brasileiras.”
Abaixo estão cinco períodos do discurso de Carlos Lacerda. Assinale a opção em que o período apresenta um problema de estruturação.
A) Sr. Presidente, o texto dessa carta, seja ela apócrifa ou não, é um texto de luta política, é um texto de pronunciamento apaixonado que se atribui a um homem no momento culminante da sua vida, isto é, no momento em que deliberou dar-se morte por suas próprias mãos.
B) É um texto de paixão, é um texto de violência, é um texto que consagra o suicídio como norma para a decisão da vida de um homem.
C) É, portanto, um texto, embora de autenticidade duvidosa, ou ainda que autêntico, diria mesmo, precisamente se autêntico, capaz de merecer o respeito até dos adversários daquele a quem se atribui a autoria, mas nunca para ser afixado e, muito menos, obrigatoriamente, nas escolas públicas de uma cidade de qualquer país.
D) Porque: primeiro, o texto dessa carta faz o elogio do suicídio, o que não é, evidentemente, ensinamento a legar, ou a impor, ainda menos a impor, às crianças que frequentam as escolas públicas de uma cidade; segundo, é um texto de combate, de polêmica política, é um texto de violento revide, num momento de paixões desencadeadas dentro de uma situação histórica determinada.
E) É um texto, repito, cuja autenticidade está por ser demonstrada; mas, demonstrada que fosse ou venha a ser, não é, certamente, um texto para figurar nas paredes das escolas públicas.
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