PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (28)
- (UNIOESTE 2022)
Texto-base para a questão.
Ao fazer o cotejo da nossa lista de duzentos verbos com esses quatro importantes instrumentos de referência*, ficou claríssimo para nós o que já percebíamos intuitivamente: a regência verbal da modalidade escrita formal do português brasileiro contemporâneo é bastante variável e as condenações da tradição a determinados usos não têm efetiva sustentação nem nos dados, nem nos instrumentos normativos.
Há nisso um tremendo paradoxo: os instrumentos normativos são, em geral, mais flexíveis do que o discurso categórico que prevalece no sistema escolar, na mídia, no trabalho de revisores, nas provas de concursos e nos testes de escolaridade.
A cultura filológica e linguística – apesar de, algumas vezes, se mover com certa timidez ou ambiguidade – tem claramente se afastado, em boa medida, da prescrição cega da interdição categórica. Até porque o uso da língua desmente qualquer dessas atitudes inflexíveis.
* Dicionário de verbos e regimes, de Francisco Fernandes; O problema da regência , de Antenor Nascentes; Dicionário prático de regência verbal, de Celso Pedro Luft; Dicionário gramatical de verbos do português contemporâneo, organizado por Francisco da Silva Borba.
VIEIRA, F. E.; FARACO, C. A. Escrever na universidade: gramática da norma e referência. São Paulo: Parábola, 2022. p. 43-44
Considerando o conteúdo do texto, assinale a alternativa CORRETA.
A) A argumentação dos autores vai em direção à crítica ao fato de a cultura filológica e linguística estar se afastando de orientações mais prescritivistas em relação aos usos da regência verbal, especialmente no que tange à modalidade escrita formal do português brasileiro contemporâneo.
B) A argumentação dos autores vai em direção à ideia de que é preciso fortalecer as orientações normativas em diferentes esferas (midiática, escolar etc.) para que não se escreva de forma deturpada no que tange à questão da regência verbal e nominal, embora tais orientações precisem passar por revisão.
C) A argumentação dos autores vai em direção à ideia de que não há razão que justifique um discurso inflexível em relação à questão da regência na língua portuguesa, uma vez que se faz uso corrente de construções que, numa perspectiva purista, são condenadas, muitas das quais são admitidas em instrumentos normativos.
D) A argumentação dos autores vai em direção à ideia de que há alguns setores da sociedade, como a mídia e a escola, que são referência no que tange ao ensino de língua portuguesa, devendo, portanto, ser considerados referência quando se trata de questões relativas à língua escrita, como é a questão da regência.
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