PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (2)
- (Colégio Pedro II 2016)
Com Licença Poética
Adélia Prado
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
PRADO, Adélia. Reunião de poesia . 3ª ed. Rio de Janeiro: BestBolso, 2014. p. 19.
A voz, no poema de Adélia Prado, é feminina e expressa a necessidade de se recriar sua própria identidade. O verso que apresenta o estado transitório dessa identidade em processo de reconstrução é
A) “Mulher é desdobrável. Eu sou.”
B) “Inauguro linhagens, fundo reinos”.
C) “esta espécie ainda envergonhada.”
D) “Aceito os subterfúgios que me cabem”.
Próximo:
EXERCÍCIOS - Exercício 364
Vamos para o Anterior: Exercício 362
Tente Este: Exercício 362
Primeiro: Exercício 1
VOLTAR ao índice: Português