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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (25)


EXERCÍCIOS - Exercício 219

  • (CEFET-MG 2022)

A questão refere-se ao texto a seguir.
O aprendizado da angústia
Marcia Tiburi
Acha-se num dos contos de Grimm uma narrativa sobre um moço que saiu a aventurar-se pelo mundo para aprender a angustiar-se. Deixemos esse aventureiro seguir o seu caminho, sem nos preocuparmos em saber se encontrou ou não o terrível. Ao invés disso, quero afirmar que essa é uma aventura pela qual todos têm de passar: a de aprender a angustiar-se, para que não venham a perder, nem por jamais terem estado angustiados nem por afundarem na angústia; por isso, aquele que aprender a angustiar-se corretamente, aprendeu o que há de mais elevado.
Soren Kierkegaard – O conceito de Angústia
A angústia nos coloca [...] a questão de nossa presença no mundo. Não se trata apenas da pergunta pelo que somos, ou o que fazemos, mas o que estamos experimentando. O que recebemos, damos e “levamos” dessa vida? O que é realmente importante? O que realmente pode ou deve ser vivido? Como vivemos diante do fato de que estamos necessariamente relacionados a nós mesmos, além de estarmos relacionados aos outros e à alteridade como lugar da diferença?
Bem vivida, a angústia é a chance de estabelecer uma relação autêntica com a gente mesmo. Com o que somos. Ela envolve uma autopedagogia pessoal. Nela é que podemos nos perguntar “como me relaciono comigo mesmo?”, que é algo bem mais complexo do que a crença em um “autoconhecimento”. É a angústia que pode nos dar as condições de fazer a pergunta “como me torno quem eu sou?”.
E me faz saber que não posso responder a ela se não avaliar as demandas, as imposições, as ordens e os modismos que me afastam de mim. É a angústia, portanto, que me devolve a mim mesmo. Que evita a alienação à qual nos convida o nosso tempo sombrio.
TIBURI, Marcia. O aprendizado da angústia. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/oaprendizado-da-angustia/. Acesso em 28 abr. 2022.

A epígrafe do texto se relaciona com a tese defendida pela autora por


A) evidenciar um sentido positivo para a angústia como forma de autodescoberta.

B) considerar a angústia uma manifestação de aventura inerente ao ser humano.

C) equiparar o sentimento da angústia à sensação de perder-se de si mesmo.

D) observar a presença da angústia no relacionamento com a alteridade.

E) indicar a angústia como consequência do nosso tempo sombrio.


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