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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (25)


EXERCÍCIOS - Exercício 217

  • (CEFET-MG 2022)

A questão refere-se ao texto a seguir.
A gente é a língua que a gente fala
Às vezes a gente não se dá conta, mas o mal-estar fica ali, triangulando entre cérebro, estômago e boca: quer dizer que falamos errado? O idioma que aprendemos no berço não passa de uma versão bastarda de certa língua para sempre estrangeira?
Me refiro ao estrago que a brigada de guardiães da “norma curta” faz à nossa autoestima cultural e à qualidade do ensino de português em nossas escolas.
Para as patrulhas da norma-padrão, armadas de canetas vermelhas, o português brasileiro é um coitado sem modos e cheio de vícios que não consegue largar, por mais cascudos que a gente aplique em sua cabeça dura.
Usar “a gente” no lugar de “nós”, como fiz na primeira linha da coluna e voltei a fazer na frase anterior, é um dos sinais da suposta deterioração da língua que esses puristas extemporâneos (século 21, oi!) gostam de apontar.
Na vida real, a gente adora falar “a gente”. Sim, a gente briga, diz tanta coisa que não quer dizer, mas “a gente” é uma coisa que a gente quase sempre quer dizer. Porque a gente não tem cara de babaca — ou tem?
Verdade que, quando está escrevendo, a gente costuma se policiar. Ninguém quer perder ponto na prova, caramba. Às vezes escapa um “a gente” escrito, mas não era pra escapar. A gente sabe que no fundo está errado, que isso de “a gente” é um troço informal, tipo uma gíria, que não cabe na norma culta, certo?
Errado. Ou melhor, a carga de informalidade de “a gente” é obviamente maior que a de “nós”. O que não faz sentido é tentar expulsar da norma culta tudo o que é informal, como se só coubesse nela o livresco, o empertigado, o que fica distante da fala e se mete arranhando por ouvidos e almas.
Isso revela imensa ignorância sobre o que é uma língua e em especial sobre o português brasileiro, dono de uma história que merece respeito.
(Sérgio Rodrigues. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/)

A passagem do texto que se assemelha ao uso da expressão “a gente”, como explicado no 4º parágrafo, é:


A) “Às vezes a gente não se dá conta, mas o mal-estar fica ali, triangulando entre cérebro, estômago e boca”

B) “Me refiro ao estrago que a brigada de guardiães da “norma curta” faz à nossa autoestima cultural”

C) “o português brasileiro é um coitado sem modos e cheio de vícios que não consegue largar”

D) “a carga de informalidade de “a gente” é obviamente maior que a de “nós”.”

E) “Isso revela imensa ignorância sobre o que é uma língua”


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