PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (2)
- (FCC 2017)
Civilização e infelicidade
Uma fonte da infelicidade humana estaria na insuficiência das normas que regulam os vínculos pessoais na família, no Estado e na sociedade. Não queremos admitir que as instituições por nós mesmos criadas não trariam bem-estar e proteção para todos nós. Deparamo-nos com a afirmação espantosa que boa parte da nossa miséria vem do que é chamado de nossa civilização; seríamos bem mais felizes se a abandonássemos e retrocedêssemos a condições primitivas.
A asserção me parece espantosa porque é fato estabelecido – como quer que se defina o conceito de civilização – que tudo aquilo com que nos protegemos da ameaça das fontes do sofrer é parte da civilização. Descobriu-se que o homem se torna neurótico porque não pode suportar a medida de privação que a sociedade lhe impõe, em prol de seus ideais culturais, e concluiu-se então que, se estas exigências fossem abolidas ou bem atenuadas, isto significaria um retorno a possibilidades de felicidade .
(Adaptado de: FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização . Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Penguin & Companhia das Letras, 2011, p. 30-32)
Nesta passagem de um de seus textos mais marcantes, Sigmund Freud
A) defende, com convicção, a tese de que somos infelizes por nos desviarmos das instituições criadas pela civilização para nos proteger.
B) considera a possibilidade de que, por paradoxal que seja, as instituições criadas no processo da civilização concorram para o sofrimento humano.
C) julga espantoso o fato de que muitos atribuam à força do nosso passado de primitivos a razão pela qual nossas instituições funcionam a contento.
D) admite que a razão principal das nossas neuroses está nas privações que persistem dos tempos primitivos, anteriores à criação das instituições.
E) recusa-se a aceitar a possibilidade de que os nossos ideais culturais possam ser atingidos enquanto dependermos das nossas instituições.
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