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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto (2)


EXERCÍCIOS - Exercício 177

  • (VUNESP 2017)

Fascínio

De todos aqueles ratos de cinemateca que formaram a Nova Onda do cinema francês no final dos anos 60, só Truffaut ficou. Eu sei que os outros continuam aí, fazendo boas coisas, mas só de Truffaut pode-se dizer que se estabeleceu no ramo do cinema. A noite americana mostra o porquê. Truffaut nunca pretendeu do cinema nada além do cinema. O mais admirável em A noite americana é a sua contenção, a sua extrema economia de propósitos. Outro diretor teria aproveitado a oportunidade — um filme sobre a feitura de um filme — para armar um jogo intelectual qualquer, um truque de espelhos, a fantasia e a realidade, a arte e a vida, e olhem só como eu sou engenhoso. Truffaut, não. Faz um filme convencional sobre Truffaut fazendo um filme convencional. Mas Truffaut faz grandes filmes convencionais.

Não é que ele seja superficial. Fellini também é um superficial e substitui as ideias pelo barroquismo de imagem. Está certo, a imagem inteligente é uma das formas que o cinema tem de ser profundo. Truffaut não se interessa em ser profundo. A primeira mágica do cinema, o fato do cinema em si, já basta como fascínio. Nada de muito extraordinário acontece em A noite americana , e a grande homenagem de Truffaut ao cinema é transformar o fato corriqueiro de um filme sendo feito num espetáculo extraordinário. Truffaut, como todos da sua geração, começou no cinema pelo deslumbramento. A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. Durante as quase duas horas de A Noite americana , o cinema reina e nos emociona.

Profundamente. E Truffaut está tão comovido quanto a gente.

(Luis Fernando Verissimo. Banquete com os deuses : cinema, literatura, música e outras artes. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011. Adaptado)


No trecho selecionado do texto, uma aparente contradição na argumentação do autor evidencia-se no emprego da palavra destacada em:


A) O mais admirável em A noite americana é a sua contenção, a sua extrema economia de propósitos. (1º parágrafo)

B) Truffaut, não . Faz um filme convencional sobre Truffaut fazendo um filme convencional. (1º parágrafo)

C) Não é que ele seja superficial. Fellini também é um superficial e substitui as ideias pelo barroquismo de imagem. (2º parágrafo)

D) Truffaut não se interessa em ser profundo. A primeira mágica do cinema, o fato do cinema em si, basta como fascínio. (2º parágrafo)

E) Truffaut, como todos da sua geração, começou no cinema pelo deslumbramento. A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. (2º parágrafo)


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